RECIFERT lança em Lajeado Grande – SC obra inédita no País
Publicado em: 21/02/2023
Cerca de 70 líderes do agro catarinense prestigiaram em Lajeado Grande – SC, o lançamento, pela empresa RECIFERT, da pedra fundamental da 1ª unidade do Brasil do gênero. A fábrica terá capacidade de processar até 100 ton./dia de animais não abatidos, oriundos de integrados, de produtores independentes, de cooperativas e agroindústrias de SC.
Os investidores Clodoaldo Dalmolin e Adriano Salles e Henry Kenner Ribeiro, irão desembolsar cerca de R$ 17 milhões, incluindo a compra – já efetivada – de um terreno de 56 mil2 que pertencia a Aurora Coop. Dalmolin relatou que a percepção do problema – grande quantidade de mortes naturais de animais como suínos, aves, bovinos e similares -, vem desde 2010, “e já nos preocupava a destinação dessas carcaças”. Como Dalmolin já conhecia Clenoir Soares, assessor Ambiental da Alfa, Sandro Tremea – assessor Técnico de Suinocultura da Aurora e Eliana Renúncio, “começamos um trabalho para desenvolver as regras de armazenamento e recolha dessas carcaças”.
O investidor concordiense disse que grande desafio após essa etapa, “era o buscar a legalização estadual dessa operação“. Foi quando surgiu o grupo de trabalho (TECDAM) composto por vários órgãos especializados em saúde animal e nomes de destaque nessa área, como: Embrapa Suínos e Aves, Cidasc, MAPA, além da Dra. Masaio Mizuno Ishizuka, escritora do livro ‘Mitigando Riscos Na Coleta de Carcaças de Suíno’, e outros colaboradores. “Foi um trabalho árduo, pois o desafio era diminuir o risco sanitário, a proteção ao trabalhador, gerando sustentabilidade plena”. Até que, em 2019, foi aprovada a IN-48, que autorizou o uso de carcaças e o trânsito das mesmas, sendo que o produto fim gerado no processo, serviria como adubo, fertilizante e biodiesel.
Dalmolin explicou que, devido a farinha de carne poder ser utilizada apenas para adubo e fertilizantes, procurou Adriano Sales, especialista em fertilizantes de Várzea Grande – MT, que selou essa parceria. O próximo passo, foi aproximar Henry Ribeiro, Dr. em Biodiesel. Em seguida, busca por um local da fábrica. “Foi quando descobri esta área que pertencia a Aurora, em Lajeado Grande, e entrei em contato com Neivor Canton, presidente, e fechamos a compra”.
Maquinários modernos, filtros de gases, rapidez na produção, matéria-prima resfriada e coletada no mesmo dia, são alguns aspectos que tornará o produto e processo inodor. “Até a cinza da caldeira se transformará em fertilizante”. Um aplicativo no site da RECIFERT, que será ajustado em breve com a CIDASC, facilitará a programação da logística – empresa/produtor – e, sempre pensando na blindagem da sanidade, afinal, “SC é orgulho para o Brasil nesse sentido”, assinalou Dalmolin.
“Já estamos com as licenças ambientais concedidas; agora, precisamos acelerar o processo. Nossa empresa gerará empregos e impostos para Lajeado Grande, sem contar, que esse insumo, além de excelentes resultados, será de baixo custo ao comprador”.
Para o presidente da Aurora Coop, Neivor Canton, os sócios da RECIFERT têm demostrado resiliência e paciência. “Nossa palavra é de estímulo a essa iniciativa”, referendou Canton. “É inevitável a morte natural de animais e, quem mais ganha com essa unidade, serão os produtores, cada vez menos alicerçados de mão de obra e sedentos por tecnologias”. Canton disse que a inovação caminha passo a passo, com as três principais atividades proteicas de SC, quais sejam, a produção de leite, de suínos e de aves. “Nós acreditamos que a ciência está a serviço do bem”.
Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos – ACCS, sublinhou a importância do destino correto dos animais mortos. “Esse projeto é exemplo cristalino do que se conhece por economia circular, onde um problema sério se transforma em solução, ainda mais observando a carência que o Brasil tem por fertilizantes”. Losivanio foi enfático ao afirmar que o Estado todo tem essa preocupação. Para a deputada federal, Daniela Reinehr (SC), é incrível como os catarinenses têm a capacidade de transformar um problema em nova possibilidade, a exemplo da RECIFERT. “Somos os melhores do País naquilo que fazemos e esse projeto é plenamente sustentável, estudado com carinho e efetivado com comprometimento”.
Fonte: Julmir Ceccon.