O problema dos preços do leite no Brasil continua sem solução

Publicado em: 11/09/2023

Continua sem solução o problema das importações de leite dos países do Mercosul. Devido à entrada de produtos com preços mais baixos no país, isso tem provocado uma queda de preços para os produtores catarinenses e do sul do Brasil. O governo federal anunciou algumas medidas paliativas que não resolveram o problema. A grande reclamação diz respeito ao volume excessivo que está sendo importado da Argentina e do Uruguai, cujo custo de produção lá é menor. Esses produtos chegam aqui sem impostos, e os produtores desses países ainda recebem subsídios governamentais. 

Na semana passada, as entidades catarinenses que compõem o Fórum do Agro manifestaram apoio às reivindicações dos produtores e das indústrias. Elas enviaram um ofício aos deputados federais e senadores, pedindo intervenção política junto ao governo federal para que sejam tomadas providências a fim de resolver esse problema. 

O Ministro da Agricultura, Carlos Favaro, esteve na Expointer no RS e, em uma entrevista à Rádio Gaúcha, tentou explicar os motivos da queda de preços no mercado interno. Ele já adiantou que as importações não serão proibidas nem sobretaxadas, como o setor reivindica, mas afirmou que o governo federal está tomando algumas ações. 

 

Enquanto isso, a deputada federal catarinense Daniela Reinehr protocolou, na semana passada, na Câmara dos Deputados, um Projeto de Lei que pretende proibir a reconstituição de leite em pó importado por pessoas jurídicas para venda no território nacional. Na justificativa, após mencionar que o Brasil é o 3º maior produtor de leite do mundo, com 34 bilhões de litros, provenientes de mais de 1 milhão de pequenas propriedades, ela afirma que Santa Catarina tem uma produção anual de 2,9 bilhões de litros, produzidos por 80 mil produtores, sendo que 70% deles estão na região oeste. A deputada argumenta que o setor leiteiro está atravessando uma séria crise, razão pela qual está propondo essa lei para reduzir a importação de leite em pó por pessoas jurídicas para reconstituição. 

 

Fonte: Fecoagro