Planalto Norte Catarinense deve colher quase 280 mil toneladas de milho

Publicado em: 04/03/2024

Apesar de problemas de excesso de chuva em outubro passado e temperaturas muito altas em janeiro deste ano, a safra de milho, no Planalto Norte de Santa Catarina, deve alcançar 279,2 mil toneladas no ano agrícola 2023/2024, com uma produtividade de 9,3 mil quilos por hectare. Essa estimativa é cerca de 3% menor do que a produção registrada na safra anterior. Esses dados foram divulgados no encerramento das atividades do primeiro Giro da Safra, um projeto pioneiro do Sicoob SC/RS, em parceria com a Epagri/SC, com conclusão de levantamentos concluído em Canoinhas, em evento que reuniu mais de 400 pessoas, entre agricultores, cooperados do Sicoob, lideranças do setor, técnicos e demais convidados. 

O presidente da Epagri, Dirceu Leite, destacou a importância do projeto para o setor agropecuário catarinense. “A Epagri tem um compromisso com os agricultores do Estado e desenvolver esse projeto-piloto demonstra o comprometimento com a qualidade do conhecimento repassado à sociedade catarinense”, disse. Ele também ressaltou a importância da parceria estabelecida com o Sicoob e o apoio das demais instituições e empresas envolvidas. Dez equipes visitaram, nos quatro dias de campo, 59 áreas, com 1.100 hectares, e que representam 3,7% do total, em sete municípios do Planalto Norte catarinense. O plantio de milho na região ocupa uma área de 29,9 mil hectares. 

Os objetivos do Giro da Safra foram avaliar, monitorar e testar metodologias de aferição da produtividade e da plantabilidade das lavouras por meio da coleta de dados de amostras no período pré-colheita. Conforme o extensionista da Epagri em Canoinhas, responsável pela área de grãos no Planalto Norte catarinense, Donato Noemberg, além dessas informações, também foi possível levantar dados preliminares sobre ervas daninhas, doenças e pragas com maior incidência nas lavouras. 

O diretor de Negócios do Sicoob Central SC/RS, Olavo Lazzarotto, disse que “este é um projeto-piloto, que deverá se estender, no próximo ano, para todo o estado de Santa Catarina”. Olavo destacou também “a excelente parceria com a Epagri e todas as instituições envolvidas no projeto”.  

A quebra em torno de 2% a 3% do total, que é estimada para a produção de milho, segundo o engenheiro agrônomo, foi devido ao excesso de chuvas em outubro, quando acontecia a germinação e também às temperaturas muito altas em janeiro deste ano, que reduziram a quantidade de grãos, disse Donato Noemberg.  

Para o gerente de Agronegócios do Sicoob Central SC/RS, Rodinei Munaretto, “a importância dessa ação com os cooperados é estar cada vez mais próximo de cada um deles, participando do dia a dia, para buscar, juntos, as melhores soluções de negócios”. E com as estatísticas em mãos, “será possível auxiliá-los na construção das melhores opções de investimentos”, completou.  

O presidente do Sicoob Credinorte, Wigberto Hable, disse que “o Sicoob se importa com as pessoas e com a comunidade. Acreditamos que projetos como este, com dados reais, fazem com que o produtor rural tenha mais assertividade na tomada de decisão das atividades da sua propriedade”.  

Segundo o presidente do Sicoob Credicanoinhas, Francisco Greselle, “este projeto permite à nossa cooperativa fornecer mais informações, conhecimento e apoio ao produtor rural, valorizando o trabalho de cada um deles e construindo melhores perspectivas, além de estreitar laços com os cooperados”.  

O agricultor Rudnei Schafacheck, de Mafra, um dos participantes do Giro da Safra, disse que estava satisfeito por contribuir com a coleta de informações sobre o setor. “Informação é sempre importante na decisão do que plantar, quando comprar sementes e insumos”, afirmou durante o evento de encerramento, em que participou com a esposa, Camila. 

O analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Haroldo Tavares Elias, esclareceu que as metodologias testadas a campo devem colaborar para o aperfeiçoamento, ainda maior, da assertividade dos dados fornecidos à sociedade catarinense pela instituição. “A intenção é combinar metodologias subjetivas, como as consultas a informantes-chave, com metodologias objetivas, como a coleta de amostras e aferimento da produtividade por meio da contagem de espigas e grãos a partir de um estudo estatístico”, explica. No Giro da Safra no Planalto Norte catarinense foram colhidas, debulhadas e analisadas 1.570 espigas de milho. 

As informações sobre o monitoramento de safras e preços dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina são disponibilizadas gratuitamente para toda a sociedade por meio dos sites do Infoagro (infoagro.sc.gov.br) e do Observatório Agro Catarinense. 

Envolveram-se diretamente nos trabalhos do projeto Giro da Safra cerca de 70 profissionais, da Epagri/Cepa; do Centro de Treinamento, da Estação Experimental e da Gerência Regional da Epagri de Canoinhas; do Sicoob SC/RS, do Centro Cooperativo Sicoob; e do Instituto Federal de Santa Catarina, campus Canoinhas. Também houve apoio da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro) e da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Planalto Norte (Asseaplan). 

O diretor de Negócios do Sicoob Central SC/RS, Olavo Lazzarotto, disse que o projeto é inédito em todo o Sicoob nacional e que o pioneirismo da Central SC/RS, em parceria com a Epagri, deve inspirar outras Centrais da instituição em ações semelhantes, “porque o objetivo é desenvolver as comunidades e dar o máximo de apoio aos produtores rurais”.  Leonardo Martins Ribeiro, supervisor de Agronegócios do Centro Cooperativo Sicoob, elogiou o trabalho dos produtores rurais, que colocam o Brasil numa posição de destaque no mundo e disse que o Sicoob tem procurado estar sempre ao lado de quem produz, sendo hoje a segunda instituição financeira que mais libera crédito aos agricultores. “Foram R$ 37 bilhões na última safra e queremos chegar a mais de R$ 50 bilhões na safra atual”, afirmou. 

Fonte: Agência de Notícias Secom