Cooperação e integração é receita para o sucesso
Publicado em: 06/05/2024
Por Ivan Ramos, diretor executivo Fecoagro
O cooperativismo tem como principal objetivo a cooperação. Para aqueles que conhecem, convivem, estimulam e praticam o cooperativismo, isso não é nenhuma novidade. Dentro dos princípios universais do cooperativismo, declarados e adotados pela ACI – Aliança Cooperativa Internacional, e por extensão, pelas organizações nos países e nos estados, estão contidos diversos caminhos que devem ser observados no cooperativismo, todos guiados pela cooperação. Pensando nas pessoas, não apenas no capital, buscando resultados econômicos e sociais, mas com o objetivo final do bem-estar dos cooperados, ou associados de qualquer tipo de cooperativa.
Se estimulamos e conscientizamos sobre as vantagens da cooperação, pregamos a união, a fidelidade aos negócios e aos objetivos de uma cooperativa, independentemente do ramo, devemos também dar exemplos em outros níveis de cooperação. Não são apenas os associados que devem se unir em cooperativas, negociar e participar de suas atividades, mas as próprias cooperativas, em outros níveis e estágios, devem fazer o mesmo. Ou seja, se uma cooperativa singular, composta por associados pessoas físicas ou jurídicas, deve se integrar em primeiro grau, essas precisam fazer o mesmo em entidades congregadoras em segundo grau, como centrais e federações. Se a união faz a força no início do processo, certamente deve dar os mesmos resultados nas esferas seguintes.
No entanto, é sabido que nem sempre isso acontece integralmente. Ainda existem atitudes de ordem pessoal que pregam a união e a cooperação dos outros, enquanto na prática existe individualismo na instituição. São atitudes isoladas que visam a autoafirmação, acreditando que sozinho se faz melhor do que em conjunto. São comportamentos isolados que comprometem o sistema. O tempo já mostrou que quem age assim tem vida curta. As cooperativas ou as pessoas que defendem esse comportamento ficam para trás. É verdade que isso tem mudado muito, mas ainda existem barreiras a serem transpostas nesse sentido.
O resultado positivo da união e da integração já está comprovado, e questionar isso é negar o óbvio. Da mesma forma, precisamos repensar o comportamento de determinados líderes cooperativistas. O ego precisa ser controlado, pensando no coletivo. Ainda temos dirigentes de entidades do setor que pensam no “eu”, e não no “nós”. Parece que têm medo da sombra. Também já conhecemos as consequências desse tipo de comportamento: divisões e rachas desnecessários que desencadeiam revoltas e oposições em eleições de lideranças.
Por outro lado, ainda bem que sempre existem outras pessoas que procuram harmonizar as desavenças, buscar a união, para evitar rachas em um sistema que prega união e cooperação, que busca resultados para o bem comum, ou seja, para todos os seus integrantes. A renúncia de ambições pessoais, dos holofotes midiáticos ou da projeção política dentro de um segmento associativo deve ser perseguida por seus líderes, para evitar o descrédito de uma organização e comprometer um sistema tão importante para a comunidade. Pense nisso.
Fonte: Fecoagro