Problemas nos portos de SC foram discutidos em reunião das cooperativas dos estados de SC e PR

Publicado em: 16/07/2024

Por convocação da Ocepar – Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, aconteceu na última sexta-feira uma reunião virtual com as principais cooperativas exportadoras e importadoras dos dois estados. Participaram da reunião o presidente José Roberto Ricken da Ocepar e Vanir Zanatta da Ocesc, além de representantes técnicos das duas instituições e representantes da Coamo e da Cooperativa Agrária, de Guarapuava. A discussão centrou-se nos problemas enfrentados nas descargas nos portos catarinenses. A Agrária, grande importadora de cevada, e a Coamo, exportadora de grãos, estão preocupadas com a situação dos portos de SC. Eles sempre utilizaram São Francisco do Sul e Imbituba como alternativas adicionais para seus negócios com o exterior, mas estão reconsiderando o uso desses dois portos devido à situação operacional complicada, burocrática, onerosa e demorada. Reclamam, inclusive, que o MAPA tem sido lento para liberar as importações dos produtos. A Ocepar e a Ocesc estão se dispondo a auxiliar para encontrar alternativas que viabilizem a redução das esperas nos desembarques dos produtos importados. 

A Fecoagro também participou da reunião e ratificou os problemas existentes nesses dois portos, Imbituba e São Francisco do Sul. Atualmente, a Fecoagro está preocupada com as descargas de fertilizantes para a presente safra. Há um navio previsto para chegar, mas pelo mapa de atracação do porto, só poderá atracar em setembro, devido à preferência dada a outras cargas. Isso vai inviabilizar a descarga e o processamento dos fertilizantes em tempo hábil para o plantio deste ano, prejudicando toda a agricultura e a economia do estado, além de onerar os custos dos produtos com demurrage, provocando atrasos e a impossibilidade de atendimento dos contratos de fornecimento dos produtos importados. 

A Coamo mostrou na reunião os projetos de investimento que está realizando no Porto de Itapoá, com previsão de iniciar obras físicas apenas após 2027. A cooperativa pretende construir terminais de exportação de grãos, importação de fertilizantes e outros produtos, para não ficar dependente da ineficiência dos portos públicos. Abriu a possibilidade de parcerias com outras cooperativas, inclusive a Fecoagro, para utilização do novo porto, que será privado, em projetos de intercooperação. 

As cooperativas entendem ser crucial a independência dos portos públicos, que têm sérios problemas de gestão e favoritismo questionáveis, sob pressão política de grupos com interesses próprios. A Ocepar e a Ocesc realizarão uma reunião conjunta no final deste mês para tratar deste assunto de infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária em projetos conjuntos para os dois estados, SC e PR. 

Fonte: Fecoagro