Peste suína africana põe em risco a produção de carne
Publicado em: 17/10/2024
Uma nova onda de contaminação da peste suína africana, que chegou à Europa em 2022, está colocando em risco a produção de prosciutto (presunto cru), linguiças curadas e carne suína na Itália. A indústria, que movimenta 20 bilhões de euros por ano (cerca de R$ 121,3 bilhões) está submetida a protocolos rigorosos para conter a doença.
Desde que a peste suína apareceu na península em janeiro de 2022, a Itália abateu quase 120 mil porcos, três quartos deles apenas nos últimos dois meses, à medida que a emergência se intensificou. Diante do novo surto da doença, as fazendas italianas operam sob rigorosos protocolos de higiene, com acesso restrito a funcionários, devidamente uniformizados com botas e macacões.
A doença não contamina humanos. A doença voltou a apresentar altos índices a partir do início de setembro, com 24 novos surtos, a maioria na Lombardia.
A área de maior preocupação, onde a infecção foi confirmada em porcos domésticos, se estende por 4,5 mil km² e inclui as regiões do Piemonte e da Emília-Romanha, mundialmente famosas pelo presunto de Parma.
Por outro lado, a Austrália e a Nova Zelândia estão se preparando para a chegada de uma cepa destrutiva da gripe aviária reforçando a biossegurança em fazendas, testando aves costeiras para doenças, vacinando espécies vulneráveis e criando planos de resposta a jogos de guerra.
A Oceania é a última região do mundo livre do vírus da gripe aviária H5N1 subtipo 2.3.4.4b, que matou centenas de milhões de pássaros e dezenas de milhares de mamíferos desde que apareceu na Ásia, Europa e África em 2020, enchendo praias com cadáveres e destruindo a indústria agrícola.
Embora a região seja um tanto protegida por sua geografia — está fora das rotas de migração de grandes aves, como gansos, que espalham a infecção — o vírus está próximo, tendo chegado à Indonésia em 2022 e à Antártida no ano passado.
Cientistas e autoridades dizem que há um risco maior, principalmente na Austrália, de o inseto chegar com aves migratórias costeiras menores durante os meses de primavera do hemisfério sul, de setembro a novembro. Autoridades temem mortes em massa pela gripe aviária e até mesmo a quase extinção de espécies, incluindo leões marinhos ameaçados, cisnes negros e muitos tipos de aves marinhas, além da perda de milhões de aves de criação.
Mais de 100 milhões de galinhas e perus morreram ou foram sacrificados somente nos Estados Unidos devido à cepa H5N1, causando perdas econômicas de até US$ 3 bilhões até o final do ano passado, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores, um centro de estudos dos EUA.
Fonte: O Globo