Mentira tem pernas curtas
Publicado em: 16/07/2018
Por Ivan Ramos – diretor executivo da Fecoagro
Quem de nós já não ouviu esse ditado antigo de que mentiras têm pernas curtas? Ou, mais cego é aquele que não quer enxergar! Esses adágios populares puderam ser reconhecidos como verdadeiros em pelo menos dois fatos da semana que passou.
O primeiro foi a desclassificação da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo. Estava na cara que do jeito que estava jogando a seleção, com o individualismo, o vedetismo de alguns jogadores e a arrogância do técnico, não iríamos muito longe. Por mais que os apaixonados pelo futebol só enxergassem o lado positivo, a realidade era outra. A contagem de vantagens antecipadas deu no que deu. Ficamos fora. Enganamo-nos a nós mesmos.
Outro tema que estarreceu o país politico da última semana foi a decisão de um desembargador de Porto Alegre em achar que seria fácil decidir politicamente num assunto jurídico. Pisou na maionese. Dançaram pior ainda aqueles políticos que contaram com o ovo antes da galinha botar. Divulgaram nas redes sociais decisões ainda não realizadas, achando que não haveria o contraditório do outro lado do assunto. Ficou feio anunciar euforicamente decisões não confirmadas. Perderam a credibilidade que tinham até mesmo de seus apoiadores políticos. A mentira tem as pernas curtas. O assunto é polêmico e grave, e só não enxerga quem não quer.
Isso que ocorreu é consequência da política nefasta que temos no país. Os três Poderes estão devendo honestidade nos seus atos. No Judiciário, está mais que provado que decisões políticas em assuntos que deveriam ser técnicos estão comprometendo a credibilidade do Poder. No Executivo estão a olhos vistos os desmandos praticados. No Legislativo, tem processo de toda a espécie contra parlamentares e a mídia divulga todos os dias.
A OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras está lançando uma campanha entre as cooperativas para que provoquemos mudanças nas próximas eleições, elegendo pessoas íntegras e comprometidas com as necessidades da população. Uma iniciativa louvável que todos nós deveríamos adotar. Afinal, é através do voto popular consciente que se escolhe os nossos representantes, no Legislativo e no Executivo. Mas sem vícios. O Judiciário é consequência, pois no final quem escolhe é o Executivo e quem aprova é o Legislativo. Mas para isso precisamos aprender a escolher nossos representantes no voto popular. A campanha da OCB é clara: veja o passado dos candidatos; veja se atende os interesses coletivos, se cumpriu o que prometeu; se não é ficha suja, se não tem processos judiciais; se merece teu voto por interesse coletivo e não apenas por interesses próprios ou de poucos. É apartidária. É patriótica é de cidadania. Está chegando a hora de escolher nossos líderes políticos. Não vamos acreditar em mentiras, pois elas têm as pernas curtas. Pior cego é aquele que não quer enxergar. Pense nisso.