Banana da região de Corupá está perto de ganhar título de mais doce do mundo

Publicado em: 24/07/2018

Dois anos após ganharem o selo da Indicação Geográfica (IG) como a banana mais doce do Brasil, as cidades de Corupá, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e Schroeder estão perto de conquistarem o selo mundial. O título deve ser concedido durante o Congresso Catarinense de Indicação Geográfica, programado para os dias 8 a 10 de agosto, no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Corupá.

O projeto entre os quatro municípios beneficiam 980 famílias, que juntos produzem 9 milhões de plantas. E por ano, as quatro cidades movimentam R$ 50 milhões no cultivo da banana.

O secretário de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Jaraguá do Sul, Daniel Peach, acredita que com a IG, a banana da região vai ter mais valor, podendo almejar novos mercados.

A diretora da Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco), Eliane Muller, conta que esse titulo vem para mostrar que o importante não é a estética do produto, e sim o sabor. “É a primeira vez no mundo que alguém altera o sabor da banana”, conta.

O secretário explica que o rótulo de banana mais doce do mundo vai injetar na economia local não só pela fruta em si, mas também para seus subprodutos, como a geleia de banana, a biomassa, a banana chips.

Eliane conta que para comprovar que a região tem a banana mais doce do mundo, precisaram realizar três estudos. O primeiro foi sobre o solo, relevo e clima, feito pela Epagri/Ciram. Um professor do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) realizou um estudo sobre a mineralogia da fruta.

O setor de agronomia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) instalou câmeras dentro dos bananais que batiam foto a cada cinco minutos durante os 14 meses do ciclo da banana. Assim comprovaram o que acontecia com a fruta da região.

Em 2014, a Asbanco conseguiu um convênio junto ao Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que foi o grande parceiro para buscar o selo de IG.

Os 12 anos de estudo da Asbanco e seus parceiros já foi entregue com a documentação final para registro da indicação, na sede do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no Rio de Janeiro.

De acordo com Eliane, o frio acirrado na região provocava um problema estético na casca da banana, que deixava sua cor amarelo chocolate quando era climatizada. Aos olhos do consumidor, essa fruta era rechaçada por não ter uma bela estética e tom vibrante.

Então, a Asbanco descobriu que os três meses de inverno diminuíam o metabolismo da banana da região e decidiram aumentar a produção para 13 a 14 meses, pois quanto mais tempo na planta, maior é o acúmulo de açúcares naturais.

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Jaraguá do Sul