Aprosoja MT repudia fala de Fávero: “não condiz com a postura esperada de um ministro de Estado”
Publicado em: 19/01/2023
Em nota aberta, divulgada na terça-feira (17), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) repudiou as declarações feitas pelo atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD) em entrevista publicada no dia 13 de janeiro. Na publicação, Fávaro fez uma análise dos protestos pelo país, que culminaram nos atos de vandalismo em Brasília e culpa a Aprosoja por “não colocar limites” nos associados que participaram dos recentes protestos em todo o Brasil.
“A Aprosoja-MT se manifesta publicamente sobre os assuntos de interesse dos seus associados, e aqueles que a acompanham sabem que a sua defesa sempre foi pela liberdade de expressão, defesa do direito de propriedade, liberdade econômica e respeito à Constituição Federal. Não há, nem nunca houve por parte de sua diretoria suporte ou incentivo à depredação de patrimônio público ou privado”, diz a nota
A associação destacou que é uma instituição apartidária e que defende a liberdade de expressão entre seus associados e criticou o político pelas acusações, alegando que a atitude de Fávaro não condiz com a postura de um político.
“Embora o ministro, que também é senador da República, tenha usado como referência uma fonte ‘verbal’, esta denunciação caluniosa não condiz com a postura esperada de um ministro de Estado, especialmente em se tratando de um fato tão grave”, diz na nota.
A nota também indica que a fala de Fávaro tem como base argumentativa sua rejeição entre os membros do agronegócio em MT. “Há de ressaltar que nem o setor e sequer seu município de origem apoiou massivamente sua candidatura ao Senado, sendo fundamental para o seu sucesso no pleito o poderio econômico que suportou sua campanha. Este descolamento do parlamentar da sua base se deve especialmente à forma como ele desembarca de suas parcerias políticas. Foi assim na gestão Pedro Taques e se repetiu agora com a gestão estadual do governador Mauro Mendes”
A nota finaliza dizendo Fávaro deve se preocupar com as políticas agropecuárias. “Chegou a hora do ministro Carlos Fávaro parar de olhar no retrovisor e olhar para frente, tentar recuperar as atribuições que o ministério perdeu e realmente se preocupar com políticas agropecuárias que tragam benefícios para os produtores”, finaliza a Aprosoja-MT”.
Confira o texto:
“Sem entrar no mérito das visões do ministro, não poderíamos deixar de nos manifestarmos sobre a acusação feita por ele de que a entidade teria apoiado atos antidemocráticos.
Embora o ministro, que também é senador da República, tenha usado como referência uma fonte ‘verbal’, esta denunciação caluniosa não condiz com a postura esperada de um ministro de Estado, especialmente em se tratando de um fato tão grave.
A Aprosoja-MT se manifesta publicamente sobre os assuntos de interesse dos seus associados, e aqueles que a acompanham sabem que a sua defesa sempre foi pela liberdade de expressão, defesa do direito de propriedade, liberdade econômica e respeito à Constituição Federal. Não há, nem nunca houve por parte de sua diretoria suporte ou incentivo à depredação de patrimônio público ou privado.
A Aprosoja-MT é uma entidade política, porém apartidária em decorrência do seu estatuto. Em virtude desta previsão normativa interna não apoiou qualquer candidato a cargo eletivo nas eleições passadas.
Sobre as resistências dos produtores de Mato Grosso ao nome do ministro, há de ressaltar que nem o setor e sequer seu município de origem apoiou massivamente sua candidatura ao Senado, sendo fundamental para o seu sucesso no pleito o poderio econômico que suportou sua campanha. Este descolamento do parlamentar da sua base se deve especialmente à forma como ele desembarca de suas parcerias políticas, foi assim na gestão Pedro Taques e se repetiu agora com a gestão estadual do governador Mauro Mendes.
A respeito da entidade, o foco tem sido dado ao desenvolvimento de pesquisas para o adequado manejo de pragas, redução do uso de insumos químicos e aumento de produtividade. Já são três campos de pesquisas mantidos pela Aprosoja-MT, um único deles, a exemplo, é responsável por uma vitrine de materiais que já superou 115 variedades testadas no último ano.
Com o projeto Aproclima, 67 estações meteorológicas foram espalhadas pelo Estado, trabalho por meio do qual pretendemos aperfeiçoar as previsões climáticas regionais, inclusive com resultados que já têm servido de apoio para a Defesa Civil do Estado.
E ainda, investimos em melhoria contínua dentro das propriedades rurais, com o Projeto Soja Legal, implementando governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) a mais de 3 milhões de hectares de soja cultivadas no Estado de Mato Grosso, projeto recentemente acreditado pelo Ministério da Agricultura.
No campo regulatório, a busca por mecanismos que solucionem os gargalos da armazenagem no País é uma batalha constante da entidade, especialmente para viabilizar economicamente, e a longo prazo, a atividade produtiva de pequenos produtores rurais. Noutra ótica, parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e técnicos do ministério se recordam da participação colaborativa da entidade no desenvolvimento dos instrumentos privados de crédito, destacadamente para o aperfeiçoamento do patrimônio rural em afetação, uma das bases para que o crédito não seja um obstáculo para o nosso crescimento.
Enfim, esses são apenas alguns exemplos do porquê de a entidade ter se mantido ausente dos debates sobre questões paralelas. A Aprosoja-MT tem trabalhado e muito pelo futuro da agricultura sustentável e pela sustentabilidade financeira do produtor, mas este também depende das políticas públicas agropecuárias.
Chegou a hora do ministro Carlos Fávaro parar de olhar no retrovisor e olhar para frente, tentar recuperar as atribuições que o ministério perdeu e realmente se preocupar com políticas agropecuárias que tragam benefícios para os produtores”.
Fonte: site Avicultura Agroindustrial.