Condições para ocorrência de La Niña aumentam, o que pode impactar a produção de soja no Oeste de SC

Publicado em: 17/01/2025

Meteorologistas da Epagri/Ciram e da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) emitiram nota conjunta com as atualizações mais recentes da probabilidade de ocorrência de La Niña.  

O fenômeno se caracteriza pelo resfriamento da água na região equatorial do Oceano Pacífico e causa impactos na atmosfera, o que pode provocar “chuvas irregulares e tendência de acumulados próximos e até abaixo da média, em especial no Grande Oeste catarinense”, detalha a nota.  

Na avaliação das duas entidades, tudo indica que o La Niña será de fraca intensidade e curta duração. “Embora os impactos tradicionais do La Niña sejam menos prováveis, ainda são esperadas influências nas condições climáticas no decorrer do verão e início do outono”, alertam os meteorologistas.  

Produtores de soja devem permanecer atentos à previsão de chuva 

A condição de estiagem leve, que se observa no Oeste de Santa Catarina desde o final de dezembro, pode prejudicar o desenvolvimento adequado da soja de segunda safra na região.  

É o que afirma Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa. Ele relata que as lavouras já estabelecidas para a segunda safra do grão enfrentam déficit hídrico.  

Haroldo recomenda que os agricultores permaneçam atentos à previsão do tempo, especialmente no que se refere à probabilidade de chuva para os próximos 15 dias 

Assim, eles podem buscar o melhor cenário para dar continuidade à semeadura da soja, que fica extremamente condicionada à umidade no solo.  

Já a cultura do milho, que segundo Haroldo que está praticamente definida, sofreu pouco impacto com a leve estiagem. “As primeiras colheitas indicam produtividade satisfatória e uma produção dentro da normalidade”, afirma. 

A nota conjunta da Epagri/Ciram e SDC destaca que o resfriamento na região equatorial do Oceano Pacífico vem sendo observado desde julho. Entretanto, nas últimas semanas de dezembro este resfriamento foi intensificado e ocorreu uma queda abrupta das temperaturas.  

Para que o La Niña se concretize, é necessário que este resfriamento se mantenha abaixo do limiar de -0,5°C, o que já foi atingido. No entanto, é preciso que estas temperaturas mais baixas se mantenham nos próximos meses. 

Os modelos climáticos sugerem que esta condição persista entre fevereiro e abril, com o retorno da normalidade logo em seguida. Contudo, não há consenso entre os modelos sobre a permanência das temperaturas baixas por esse período, e a condição pode não atingir o limiar necessário. 

Fonte: Epagri