Cresce a opção pela eficiência e sustentabilidade das adubações com fertilizantes organominerais
Publicado em: 29/05/2024
Com a elevada demanda nutricional das diferentes culturas agrícolas, visando o alcance de altas produtividades, cresce também a procura por fontes alternativas e mais eficientes de fertilizantes. As características da maior parte dos solos brasileiros demandam um manejo que contemple atenção à fatores específicos, limitantes da produtividade. Neste sentido, a adoção de estratégias de correção associada ao manejo da adubação do solo com fertilizantes que resultem em melhor aproveitamento e maior efeito residual dos nutrientes, além de incrementos gradativos em bioindicadores da saúde do solo, tem se mostrado grandes aliados.
Os FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS fazem parte do grupo de fertilizantes especiais e são produtos resultantes da mistura física, na forma líquida, farelada, granulada ou peletizada, de fertilizantes minerais concentrados, com fontes de matéria orgânica estabilizada e aditivos. Além da agregação de nutrientes à mistura, a fonte orgânica é veículo de ácidos orgânicos, especialmente húmicos e fúlvidos, assim como de vários outros componentes, que podem resultar em efeitos favoráveis aos parâmetros químicos, físicos e biológicos do solo.
Essa classe de fertilizante, atua de forma positiva no tripé da sustentabilidade, do ponto de vista social, através da geração de empregos; ambiental, devido à correta gestão de subprodutos e resíduos orgânicos; e econômico, em função do maior aproveitamento de nutrientes pelas plantas. Assim, constituem numa fonte de fertilização altamente viável, que prioriza o aumento da participação de matéria prima de origem nacional, reduzindo a dependência de fertilizantes externos. Temos no Brasil, em praticamente todas as regiões, excelentes fontes de matéria orgânica à disposição da indústria, que vão desde a TURFA e cama de frango, componentes de alto valor agregado a alternativas como subprodutos de biodigestores, torta de filtro e resíduos da indústria do eucalipto.
Muitos trabalhos têm apontado ainda, que do ponto de vista químico, o organomineral promove um aumento na capacidade de troca catiônica do solo e tende a minimizar a perda de nutrientes por lixiviação/volatilização (Nitrogênio, Potássio e Sulfatos) e fixação (Fósforo), permitindo o seu maior aproveitamento pelas plantas. A médio e longo prazos, nas propriedades físicas do solo, esse fertilizante promove maior agregação das partículas, atuando na estabilização da matéria orgânica do solo, maior retenção de água e consequentemente um melhor enraizamento da planta em um solo mais estruturado.
Dentre as fontes de fertilizantes, o FOM atende não só o objetivo principal de um fertilizante que é suprir a demanda nutricional da planta, mas promove também incrementos no aspecto biológico do solo, fornecendo material orgânico com maior ativação e crescimento de microrganismos benéficos, maior aporte de carbono, ciclagem de nutrientes e maior atividade enzimática (beta glicosidase, arilsulfatase e fosfatase ácida). Não por acaso, o mercado de fertilizantes organominerais teve um crescimento de 22,7% em 2022 (Abisolo, 2023), resultado da difusão da tecnologia nos diferentes seguimentos de cultivo. A forma farelada, é muito difundida em aplicações para as culturas como café e cana de açúcar em produção, além de aplicações a lanço no plantio. O pellet devido ao seu formato, apresenta maior uso no sulco de plantio de diferentes culturas agrícolas, enquanto o FOM GRANULADO, destina-se principalmente para culturas como soja, milho e feijão, devido sua melhor aplicabilidade operacional, por permitir o emprego dos mesmos equipamentos utilizados para plantio com fertilizante mineral convencional.
As informações fazem parte de artigo escrito pelo Dr. Reginaldo de Camargo – Prof. Titular da Universidade Federal de Uberlândia – Coordenador do Grupo de pesquisa em Fertilizantes Especiais (GPFE) da UFU, e da Dra. Raquel Pinheiro da Mota – Consultora técnica e membro do GPFE.
Fonte: GlobalFert
Foto: Divulgação Fecoagro