Epagri divulga relatório dos preços e das safras de cereais em SC
Publicado em: 20/09/2024
O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola-CEPA, da Epagri, divulgou na semana que passou, o comportamento dos preços dos produtos agropecuários do Estado de SC em agosto.
ARROZ
Segundo a Epagri, os preços do arroz em casca no mês de agosto e primeiro decêndio de setembro continuaram a tendência crescente observada desde o mês de abril e com leve pico em junho, fechando em R$106,24/sc 50kg. Este comportamento é esperado para esta época do ano e se explica pelo período de entressafra e redução da oferta interna do grão, haja vista que a comercialização se concentra entre os meses de janeiro e agosto. Até o momento, estima-se que 91,7% do grão tenha sido comercializado com a indústria. Outro fator que explica o aumento dos preços ao produtor é a alta do Dólar, que impulsiona a venda de produto no mercado externo e gera expectativa de valorização dos preços no mercado interno.
MILHO
Já os preços recebidos pelos produtores catarinenses de milho no mês de agosto tiveram movimento de elevação nas cotações, na comparação com o mês de julho, alta de 2,4%. Na comparação do preço médio de agosto, com o praticado nos 10 primeiros dias de setembro, as tendências altistas se mantem, com uma variação positiva de 0,4%, indicando uma possível recuperação dos preços nos próximos meses.
Para essa 1ª safra de milho, SC deve ter uma diminuição na intenção de plantio por parte dos produtores catarinenses, em comparação com a safra passada. Um dos fatores que contribuíram para essa redução são os altos custos de produção, a insegurança dos produtores em função de possíveis problemas com ataque de cigarrinha e os baixos preços praticados na última safra. Para essa safra 2024/25 de milho 1ª safra, a redução na área plantada deverá chegar a 9,32%. A produtividade média esperada, por outro lado, deverá crescer em torno de 23,93%, chegando a 8.460kg/ha, com isso, é esperado um aumento de 12,3% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,3 milhões de toneladas de milho. Os números atuais ainda podem mostrar uma redução maior da área cultivada em função do plantio acontece em setembro e outubro em regiões do planalto.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) elevou suas previsões para a safra de milho dos EUA, que deve atingir 385,7 milhões de toneladas, que inicialmente pressionou os preços futuros do milho e soja para baixo, mantendo-os perto das mínimas de quatro anos. Por outro lado, no mesmo relatório o USDA reduziu a estimativa para a produção mundial de milho. Esta previsão pode compensar o aumento da oferta dos EUA e ajudar a sustentar os preços do milho em um patamar acima dos atuais.
SOJA
Quanto ao mercado da soja, no mês de agosto, os preços no mercado catarinense voltaram a cair. Na comparação com o mês de julho, o preço médio estadual recebido pelos produtores teve uma variação negativa de 3,13%, fechando a média mensal de agosto em R$121,83/sc de 60kg. Em setembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de agosto, é possível perceber movimento altista de 2,63%. Na comparação anual, em valores reais, os preços da saca de soja estão 10,01% mais baixos. Os preços da soja em Chicago apresentaram queda recentemente, influenciados por ajustes nos preços do trigo e realização de lucros. A queda nos preços futuros em Chicago pode pressionar os preços internacionais e, por consequência, os preços no mercado físico. O mercado está ajustando suas expectativas devido ao potencial aumento na oferta global, USDA elevou a estimativa da produção global acima de 429 milhões de toneladas. Se a oferta mundial aumentar conforme previsto, isso pode continuar pressionando os preços para baixo, limitando os ganhos de curto prazo.
A safra 2024/25 catarinense de soja começa a ser planta, contudo, neste mês de setembro estamos apresentando a estimativa inicial da safra de soja 1ª safra. Para essa safra, deveremos ter um aumento de 1,78% da área plantada. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente, a expectativa é um incremento de 10,80%, chegando a 3.820kg/ha, com isso, é esperado um aumento de 12,77% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,9 milhões de toneladas de soja 1ª safra.
Fonte: Boletim Epagri-Cepa