Erradicação da brucelose e tuberculose será o próximo diferencial competitivo de Santa Catarina
Publicado em: 28/05/2018
Único Estado do país livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina já se prepara para seu próximo desafio: erradicar a brucelose e a tuberculose do seu rebanho bovino. Governo do Estado, iniciativa privada e produtores rurais estão focados em fazer da sanidade animal a marca registrada de Santa Catarina e um grande diferencial na busca e manutenção de mercados internacionais.
Hoje, Santa Catarina já tem a menor taxa de prevalência de brucelose e tuberculose do Brasil. O último levantamento feito pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) constatou que 0,9% do rebanho catarinense têm brucelose e 0,5% do rebanho têm tuberculose. Este índice é tão baixo que Santa Catarina é o Estado brasileiro que está mais perto de erradicar as doenças.
De acordo com o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, o controle da brucelose e da tuberculose será o próximo diferencial competitivo de Santa Catarina. “Em breve todo país também será livre de febre aftosa sem vacinação e nós já estamos pensando em qual será o nosso grande diferencial. Santa Catarina se prepara para ser conhecido como referência em bem estar animal, controle de brucelose e tuberculose e desempenho ambiental. São esses fatores que irão garantir a competitividade do nosso agronegócio”, ressalta.
O controle das duas doenças vem ao encontro também do pensamento da Organização Mundial de Saúde Animal, que acredita no conceito de “uma saúde”. “Não podemos mais separar a saúde humana da saúde animal. Por isso a ideia de uma saúde, onde a sanidade animal interfere diretamente na saúde humana”, explica Spies.
Representantes da Secretaria da Agricultura, Cidasc, Icasa, Sindileite e FAESC estiveram juntos para pensar em melhorias no Programa de Controle da Brucelose e Tuberculose de Santa Catarina.
Entre as sugestões do setor produtivo está a vigilância da brucelose através de analises em leite e também a vigilância nos animais que irão para o abate, para inserir os animais de corte no processo. “Os produtores rurais entendem que isso trará ganhos para a produção. E se nós queremos exportar leite e carne bovina, nós vamos esbarrar na questão de sanidade animal”, destaca o presidente do Sindileire, Valter Antônio Brandalise.
Santa Catarina possui um rebanho de aproximadamente 4,4 milhões de bovinos, distribuídos em 220 mil propriedades, e a incidência de brucelose e de tuberculose não chega a 1% desses animais. Todos os anos são realizados em média 150 mil exames para analisar a presença das zoonoses no rebanho catarinense. O Estado conta ainda com 330 propriedades classificadas como livres de brucelose e de tuberculose.
Para manter a sanidade dos rebanhos catarinenses, os animais acometidos de brucelose ou tuberculose são abatidos sanitariamente e os proprietários indenizados pela Secretaria da Agricultura, através do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa). Com a indenização, os produtores podem adquirir animais sadios para continuarem a produção de carne e leite.
O uso da vacinação em massa, com a vacina B19, é recomendado apenas para Estados que possuem altos índices da doença, portanto é proibida em Santa Catarina para evitar custos desnecessários aos produtores e interferência nos testes de diagnóstico. O rebanho catarinense pode ser vacinado com amostra RB51, seguindo as normas do Regulamento Técnico do Programa de Erradicação da Brucelose Bovina e Bubalina no Estado de Santa Catarina, atualizado em julho de 2017 pela Portaria SAR n°19/2017.
Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de SC