Indústrias suinícolas debatem perdas no abate pela primeira vez

Publicado em: 21/08/2024

Durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, realizado na semana passada em Chapeco, pela primeira vez, as indústrias se reuniram para discutir conjuntamente os problemas relacionados às perdas no abate de suínos. O debate entre as indústrias que representam 60% do plantel nacional encerrou a programação do evento.  

Participaram do debate a médica veterinária representante da Seara Alimentos, Marisete Cerutti, o médico veterinário representante da BRF, Augusto Queluz, o médico veterinário representante da Aurora Coop, Sérgio Carvalho, a médica veterinária representante da Master Agroindustrial, Mônica Santi e o Auditor Fiscal Federal Agropecuário, representante da Divisão de Inspeção do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ricardo José Buosi. A condução do debate foi realizada pela pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Jalusa Deon Kich.   

Após uma breve explanação, onde destacou que o debate não traria respostas imediatas ou soluções prontas, mas marcaria um importante passo em direção à transparência e à resolução de questões internas. “Acredito que muitos dos grandes problemas da suinocultura brasileira foram resolvidos apenas após a abertura de discussões semelhantes. Portanto, considero este um momento histórico para avançarmos em mais um aspecto da suinocultura”, afirmou Jalusa.  

Para compreenderem e quantificarem o impacto dos desafios enfrentados pelas agroindústrias, os participantes desenvolveram uma linha de raciocínio baseada em um modelo simulando um abate de 4.000 suínos por dia, com um peso médio de 130 kg. Cada um aplicou seus próprios índices de perda e partilharam suas análises de perdas efetivas, tecnológicas e operacionais, bem como as agropecuárias e sanitárias.  

Os debatedores elencaram que esse é um assunto crítico, que reforça a importância de trabalharem juntos como setor. Entre os pontos levantados, foi possível observar as necessidades em comum de simplificar e implementar procedimentos eficazes, além de engajar todos os envolvidos na cadeia produtiva. 

Também propuseram uma missão para as agroindústrias fortalecerem a sustentabilidade e a preservação ambiental ao longo de toda a cadeia produtiva.  “Devemos focar em modernizar a legislação e assegurar que cada parte envolvida confie nas outras para garantir um processo eficaz. Confiança mútua é crucial para o sucesso. Com a colaboração de todos e a implementação das medidas discutidas, tenho certeza de que conseguiremos enfrentar os desafios e alcançar a sustentabilidade desejada”, finalizou Jalusa.   

O Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, evento promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), reuniu médicos veterinários, zootecnistas, consultores, pesquisadores, profissionais da agroindústria e produtores rurais nos dias 13, 14 e 15 de agosto, em Chapecó (SC). A 16ª edição teve apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Embrapa Suínos e Aves, da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc). 

Fonte: MB Comunicação