Mais uma semana negativa para o agronegócio
Publicado em: 28/05/2018
Por Ivan Ramos – diretor executivo da Fecoagro
E a gangorra continua: hora lá em cima, hora lá em baixo. Ultimamente mais lá em baixo. É o agronegócio brasileiro. Na última semana a coisa ficou mais russa ainda, como se diz na gíria. Exportações de carnes e peixes proibidas para a União Europeia; a Rússia embargada desde o início do ano; estiagem afetando as lavouras de grãos; mercado do arroz está abaixo do custo de produção; problema nos altos custos dos insumos para os suínos e aves, com a elevação do preço do milho e da soja, ainda surgiu a greve dos transportadores que atingiu toda a cadeia de produção, em todos os níveis. Desde a entrega de insumos – defensivos e fertilizantes – até o escoamento da produção de grãos e carnes. São alguns dos fatos negativos do momento do agronegócio.
Prejuízos incalculáveis, em uma época de vacas magras, em termos de resultados ao setor agroindustrial. E mais uma vez o agricultor pagará a conta. Agroindústrias paralisando atividades para regular seus estoques, fato que já ocorria por falta de mercado compatível com a produção, agora por falta de lugar para estocar mercadorias prontas e que não puderam ser transportadas, no final vai repercutir no agricultor.
Fase ruim para o setor, com repercussão nos demais setores da economia e para o país. Culpa de quem? Muitos são os fatores, mas com certeza, a falta de planejamento do Governo Federal é o principal.
O aumento de impostos dos combustíveis para poder arrecadar e pagar contas assumidas, sem a receita prevista, não tenhamos dúvidas de que é o principal. Quem gasta mais do que arrecada e ainda desvia recursos para a corrupção, uma hora a conta aparece.
Os últimos governos são os responsáveis por isso e agora estamos sentindo as consequências. Só não enxerga quem não quer. Não há segmento contente. Todos reclamam: de empresários a trabalhadores; de funcionário público a profissionais liberais.
Com razão ou não, os atingidos estão provocando reação em cadeia, e agora ameaça a atingir a população com o desabastecimento de tudo. De combustíveis a alimentos. De remédios a correspondências no correio. Até combustíveis para avião chegou a faltar em alguns aeroportos. Problemas sérios, tudo pela falta de responsabilidade dos governantes que têm errado repetidamente. Essa falta de competência de gestão não é de hoje.
E nós também somos culpados disso que escolhemos mal nossos representantes. Vamos ver se as lições que estamos tendo sirvam para escolhermos melhor nas eleições de outubro, menos partidárias e menos individualistas. Pense nisso.