Seminário discute assistência técnica e desenvolvimento da agricultura
Publicado em: 14/05/2018
Refletir sobre a atividade agrícola e integrar os técnicos das diversas áreas das cooperativas para a troca de experiências e ampliação do conhecimento. Com este foco, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina (SESCOOP/SC) promoveu, na semana que passou, a primeira edição do Seminário de Departamentos Técnicos – Agrônomos e Técnicos Agrícolas das Cooperativas Catarinenses. O evento reuniu cerca de 100 profissionais de cooperativas de todo o Estado.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e do Sescoop/SC, Luiz Vicente Suzin, destacou a importância da iniciativa ao mencionar que os técnicos têm grande representatividade nas cooperativas. “Temos nas cooperativas do Estado cerca de 800 técnicos e este encontro representa uma forma de valorizá-los, trazendo inovações para aperfeiçoar conhecimentos que poderão ser colocados em prática no dia a dia. O cooperativismo catarinense é desenvolvido porque as cooperativas prestam um excelente trabalho. Nós, da Ocesc e Sescoop/SC, buscamos contribuir oferecendo constantemente capacitações e treinamentos nas mais diversas áreas”.
Entre os temas abordados esteve a “Importância da Assistência Técnica nas Cooperativas”, durante palestra conduzida pelo diretor técnico da Cooperativa Central Aurora Alimentos Marcos Antonio Zordan. Segundo ele, no cooperativismo, o técnico é o maior interlocutor entre a cooperativa e o associado. Portanto, é necessário ter habilidades para conhecer a cooperativa e a comunidade, além de manter um bom relacionamento com a família do associado.
Zordan enfatizou a importância de conferir todo trabalho feito na propriedade e oferecer soluções de melhorias. “Para aumentar os resultados e melhorar a competitividade, é essencial incentivar o associado a participar de cursos e treinamentos como o Programa de Olho na Qualidade, o Qualidade Total Rural, Times de Excelência, entre outros, buscando com isso a verdadeira aptidão da família”.
Outro aspecto apontado por Zordan relacionou-se à qualidade da assistência técnica. “Esta é uma questão que deve ser conduzida da melhor forma possível e com condições para solucionar possíveis problemas, pois quem não tiver um bom suporte, não comprará mais. É necessário um trabalho que gere confiança e isso é possível porque nossos técnicos estão cada vez melhor preparados. O trabalho deste profissional não representa custo para a cooperativa, mas sim investimento para apostar no associado, apontando soluções e inovações. Importante nunca esquecer que o sócio é o dono da cooperativa”, finalizou.
O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, que abordou “O Papel dos Técnicos no Desenvolvimento da Agricultura Catarinense”, focalizou no cenário mundial de abastecimento de alimentos, o papel de Santa Catarina nesse processo e como os técnicos podem ser grandes parceiros no processo de modernização e desenvolvimento da competitividade com sustentabilidade.
“Percebemos que as famílias colhem os resultados dos investimentos em tecnologias e em capacitação porque, afinal de contas, o Brasil é candidato a ser o maior fornecedor mundial de alimentos. O mundo tem hoje 7,4 bilhões de pessoas para serem alimentadas. A maioria dos países populosos está evoluindo seu poder aquisitivo e o primeiro item que comprarão mais é alimento. Nós temos o privilégio de estar em uma região com potencial expressivo para produzir”.
O secretário realçou que o País tem água, terra e pessoas preparadas para aproveitar essa oportunidade que está se abrindo dia a dia para não só pensar nos 207 milhões de brasileiros, mas sim na população do planeta. “Aí entra o grande trabalho do cooperativismo. Estamos vendo que, por meio das cooperativas, as pequenas propriedades estão alcançando grandes mercados. Hoje, com tecnologia e investimento em modernização não é mais o tamanho da propriedade que define a expressividade dos negócios”, observou, ao completar que as pessoas são capazes de fazer grandes negócios em pequenas propriedades.
Mas isso, segundo ele, depende do profissionalismo, da competência e do capital bem investido. “A realidade está mudando tanto que, realmente, quem não se atualizar acaba sendo excluído. A conexão com as cadeias agroindustriais faz isso com muita propriedade. Estamos vendo que o pequeno produtor tem acesso às modernas tecnologias e aí louvamos o cooperativismo porque, com ele, se consegue gerar riquezas e compartilhar entre os produtores e todos os participantes dos elos da cadeia produtiva”.
O evento também contou com a palestra “Cenários da Produção Mundial de Alimentos e Papel do Brasil nesse Contexto”, ministrada por Dirceu João Duarte Talamini, pesquisador da EMBRAPA. O cientista da computação Eduardo Hoff, da Agriness, abordou a “Inovação Tecnológica para o Agronegócio”. Também fez sua explanação no evento, apresentando as ações da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o analista técnico João José Prieto.
Fonte: MB Comunicação