Presidente da OCB fala sobre fertilizantes e risco de desabastecimento mundial de alimentos

Presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Ao falar para presidentes das cooperativas do Paraná, na Assembleia Geral  virtual da Ocepar, o presidente do Sistema OCB Márcio Lopes de Freitas destacou os acontecimentos em Brasília, base de trabalho do Sistema OCB, e disse a política eleitoral já predomina em todos os debates. “Acompanhei a posse dos novos ministros e percebi que os discursos estão eminentemente políticos. O governo, como um todo, está vestido de política. As falas, inclusive do presidente da República, estão num tom mais político do que técnico e objetivo. Os interesses partidários acabam prevalecendo. E um jogo complexo”, comentou.

A parte positiva do atual cenário, continuou o dirigente, é o fortalecimento da imagem do cooperativismo. “Os diferenciais do sistema cooperativismo estão mais claros. Isso está começando a prevalecer, facilitando um pouco o processo de negociação, em todos os níveis. Somos uma voz respeitada”, afirmou. Outro aspecto positivo, na avaliação de Freitas, é a escolha técnicas dos substitutos dos ministros que deixaram seus cargos para se candidatar nas eleições de outubro. “Especialmente no Ministério da Agricultura, onde temos uma relação maior, a ex-ministra Tereza Cristina deixou o comando da pasta para concorrer a uma vaga no Senado e em seu lugar ficou o deputado federal Marcos Montes, que já atuava na pasta”, contou.

Sobre a questão dos fertilizantes e dos riscos que isso traz para o abastecimento mundial de alimentos, o presidente da OCB diz que  “este é um tema prioritário. Garantir o fluxo de fertilizantes é garantir o abastecimento de comida. A situação é muito séria. Os Estados Unidos são o maior exportador de alimentos do mundo. O Brasil é o segundo, Rússia e Ucrânia são, respectivamente, terceiro e quarto, sendo que esses dois países, em função da guerra e seus efeitos, não vão conseguir cultivar uma safra cheia. Então, vamos viver um gargalo mundial no próximo ano”, alertou.

Falando sobre o Plano Safra Freitas destacou a dificuldade em elaborar um pacote com recursos suficientes para atender a demanda por crédito num período em que o mundo se vê diante do risco de desabastecimento. “Tem sido cada vez mais complexo discutir o Plano Safra. E este ano não vai ser diferente. Ano passado, foram disponibilizados R$ 270 bilhões. Isto já foi uma dificuldade tremenda e, mesmo assim, não atendeu a real necessidade por crédito, pois esse valor representa menos de 25% da real demanda. Para este ano, o objetivo é garantir R$ 300 bilhões”, disse.

A OCB está trabalhando muito para compor um Plano Safra alinhado com as necessidades do setor produtivo e acreditamos que também dá para construir outras soluções, envolvendo, por exemplo, depósito compulsório, além de outras que as cooperativas e as unidades estaduais, concluiu.

Fonte: Redação Avicultura Industrial, com informações da Ocepar

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