O saldo do cooperativismo em época de crise

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

Nestes mais de dois anos de pandemia do Covid-19, onde se ouviu e se viu de tudo; mistura de política com ciência, saúde com economia, prepotência com humildade, realidade com ficção, verdades e fake news e inclusive oportunismo político-eleitoral, uma coisa ficou bem clara: enquanto muitos setores tiveram que parar, regrediram e até quebraram, o agro não parou. Não parou para produzir alimentos e também contribuir para que outros setores da economia continuassem trabalhando.

Nunca o agro foi tão falado e conhecido, inclusive nos meios urbanos, fazendo valer a importância do setor para qualquer ser humano. Até mesmo para determinadas celebridades que costumam falar bobagem sobre o agro. O setor garantiu a movimentação econômica no país, assim como em SC. Por aqui a expressão foi muito mais do que os 30 por cento do PIB, anunciados pelos órgãos de estatística. Se considerarmos os negócios periféricos, originários ou destinados ao agro, como embalagens, transportes, combustíveis, peças, pneus serviços etc., certamente esse número será muito mais expressivo. 

E dentro do agro, um segmento importante também demonstrou a sua importância e avanços. O cooperativismo. Os números divulgados recentemente pela Ocesc, são de encher os olhos dos economistas ou analistas econômicos. Crescimento de 38 por cento, enquanto o país cresceu 4,6 por cento. Certamente nos demais estados onde o cooperativismo está presente, o crescimento deve ser semelhante e até maior.

Aqui em SC, além do crescimento econômico, com salto expressivo no seu faturamento, totalizando R$ 67 bilhões, realizaram recolhimentos de tributos na ordem e R$ 3,4 bilhões. As cooperativas cresceram em número de associados também. Em apenas um ano o crescimento foi de 15 por cento, ou seja, mais de 450 mil pessoas passaram a pertencer às cooperativas, elevando o número total para aproximadamente para 3.500.000 associados, onde quase a metade da população do Estado é associada em algum tipo de cooperativa.

Ao par disso, mesmo em épocas de crise, em ano de estiagem na agricultura e consequente quebra de safras; as cooperativas continuam investindo, criando oportunidade de trabalho para quem constrói e industrializa equipamentos, e para quem passa a trabalhar nos novos investimentos. No ano passado mais de R$ 2 bilhões foram investidos pelas cooperativas em SC. Outro fato importante registrado no anúncio da Ocesc, sobre o desempenho das cooperativas em 2021. Mais de R$ 4,6 bilhões de reais foram devolvidos aos associados.

Dessa forma comprova mais uma vez que o sistema cooperativo proporciona a mais justa distribuição de renda. O que sobrar das operações nas cooperativas, no final do exercício é devolvido aos seus associados, da forma democrática que eles definirem em assembleia geral. Portanto, mais um exemplo de que o cooperativismo sabe produzir e distribuir, ao contrário de outros sistemas que podem saber produzir, mas não priorizam distribuir, concentrando riquezas nas mãos de poucos. Pior ainda àquele sistema que não sabe produzir e quer distribuir o que os outros produzem. Em um ano eleitoral, onde poderemos alterar a composição dos nossos representantes políticos, seria importante que todos valorizassem ainda mais o agro, e em especial o cooperativismo, que já deu provas de sua eficiência e resultados, não apenas para seus integrantes, mas para toda a população. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC

 

 

 

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