Gigantes do setor de alimentos esperam mais problemas de abastecimento mesmo com queda de preços

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

A oferta mundial das commodities agrícolas está pressionada e provavelmente continuará assim, mesmo com a queda dos preços dos grãos, dizem algumas das maiores empresas agrícolas do mundo. Na avaliação das companhias, a invasão da Ucrânia pela Rússia deve continuar exigindo tempo até que os embarques comecem a fluir das regiões exportadoras. O clima desfavorável também tende a afetar as grandes nações produtoras de grãos, como as da América do Sul.

Archer Daniels Midland (ADM) e Bunge dizem que essa combinação está mantendo os suprimentos apertados, enquanto o apetite por produtos agrícolas, como óleos de cozinha e farelo de soja para ração animal, permanece robusto. “Precisamos ter dois anos muito bons de boas safras na América do Norte e na América do Sul para trazer um pouco mais de alívio aos atuais estoques de oferta e demanda”, disse o presidente-executivo da ADM, Juan Luciano.

Os preços de commodities agrícolas, incluindo milho e trigo, caíram nas últimas semanas com os temores de uma recessão global e com a diminuição das preocupações com a escassez mundial de alimentos, após um acordo entre a Ucrânia e a Rússia para exportar grãos pelo Mar Negro. Embora tenham esfriado, os preços permanecem em níveis elevados em comparação com os últimos anos, disseram executivos do setor agrícola.

Os custos dos combustíveis e de seguro para as viagens também são altos, potencialmente dificultando a obtenção de financiamento para transações maiores. “Se não tivermos acesso a esses estoques, no ano que vem podemos ter um problema de disponibilidade de alimentos”, pontuou o CEO da ADM. Para o CEO da Bunge, Greg Heckman, uma colheita abundante na América do Norte este ano ajudaria a aliviar parte do estresse sobre a oferta mundial de grãos. No entanto, o calor intenso e a seca persistente em certas partes dos EUA estão tornando mais difícil para os agricultores manter suas safras em desenvolvimento. “O clima norte-americano ainda é crítico”, disse Heckman.

Fonte: Estadão Conteúdo.

Leave a Comment

Pular para o conteúdo