Não é à toa que o slogan da Coepad (Cooperativa Social de Pais, Amigos e Portadores de Deficiência) é “Uma família de fibra”. A cooperativa, que foi fundada em 1999 com o objetivo de fazer a inclusão de pessoas com deficiência, passou por situações adversas na pandemia. Assim como ocorreu em muitas empresas e entidades, chegaram a temer fechar as portas. Mas, com a união das pessoas, que é a principal essência do cooperativismo, superaram as dificuldades e seguem a trajetória que já soma 22 anos.
A cooperativa trabalha para capacitar e propiciar um ambiente de trabalho para pessoas com deficiência mental leve. Atualmente, possui 31 cooperados, com faixa etária a partir dos 18 anos. Eles trabalham em diferentes tipos de oficinas de produção: oficina de papel artesanal, de cartonagem, de serigrafia, de corte e costura e acabamento gráfico.
A sustentabilidade financeira da cooperativa é, basicamente, pautada pela venda dos produtos que os cooperados produzem. Através de resíduos sólidos, é feito um papel artesanal, que é inserido para a produção de diversos materiais, como blocos, agendas, cadernos, calendários, cartões de visita, entre outros.
Há também uma linha de tecidos, em que são feitos panos de prato, aventais de cozinha e outros produtos serigrafados. Como cooperativa na essência, a Coepad busca os próprios recursos, mas também conta com ajuda de parceiros e recebe doações de pessoas e empresas que ajudam a mantê-la. Outra fonte de recursos é um brechó permanente que é mantido na sede da cooperativa.
Foi diante desse cenário, que a Coepad enfrentou a pandemia. “Foi um choque para todos nós. No início, ficamos muito preocupados pela questão do bem-estar dos nossos cooperados e pela falta de encomendas para fazermos os produtos e manter a cooperativa funcionando”, conta a diretora administrativa, Silvana Zimmermann.
Os primeiros meses de pandemia, segundo Silvana, foram de muita apreensão pelo desejo de não fechar a cooperativa. “Isso fez com que todos, cooperados, colaboradores, estagiários, voluntários se unissem. “Remotamente, aprendemos a nos comunicar e criamos uma equipe muito forte e muito aguerrida com o objetivo de não fechar a Coepad”, recorda.
Desde quando decretado o período de isolamento, a Coepad adequou a rotina e os colaboradores se revezavam de forma presencial na cooperativa. Com isso, trabalharam na divulgação do brechó e passaram a realizar os atendimentos por agendamento. Os cooperados ficaram em suas casas e mantinham contato por videochamadas para poder minimizar as dificuldades da distância física. “Eu digo que teve o lado positivo do isolamento social que enfrentamos. Entendo que isso tudo fez com que a gente se fortalecesse, se unisse mais ainda. Focamos em objetivos concretos, aprendemos a descentralizar a gestão, conseguimos tocar as ações beneficentes para conseguir os recursos”, complementa a diretora.
Praticamente, após um ano do início das mudanças, a cooperativa foi, aos poucos, voltando a receber os cooperados no sistema de rodízio. Atualmente, seguem satisfeitos e empolgados em continuar o desafio de propiciar uma melhor condição de vida para as pessoas com deficiência. Silvana defende que, por meio do trabalho executado na Coepad, é possível que os cooperados desenvolvam as habilidades, melhorando a coordenação fina, a socialização e a autoestima.
“Para muitos cooperados, ficar aquele um ano em casa, foi muito triste, pois eles têm a cooperativa como segunda casa. Terem que ficar isolados da noite para o dia foi uma ruptura muito abrupta da socialização deles. Mas, graças ao esforço de todos, conseguimos superar esses maus momentos”, finaliza Silvana.
Recentemente, a Coepad realizou visita à sede da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC). O fundador Aldo Brito, acompanhado do presidente, Sérgio Moritz, e de Silvana, foram recebidos pelo superintendente da OCESC, Neivo Luiz Panho. Na ocasião, conversaram sobre intercooperação e cooperativismo social.
Fonte: Assessoria de Comunicação Interna Sistema OCESC.
