Lei dos agroquímicos: votação novamente adiada

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC.

Essa novela já teve inúmeros e longos capítulos, e mais uma vez está sendo adiada. A nova lei do agroquímicos, ou dos agrotóxicos como gostam de dizer os ambientalistas. Esse tema está em discussão no Congresso Nacional havia mais de 20 anos. É verdade que o assunto é polêmico e merece muita atenção na sua regulamentação, mas não é admissível que demore tanto tempo para haver um consenso entre os defensores ambientalistas e os produtores de alimentos. Há necessidade de se partir do princípio que a verdade é uma só, e quem estiver com ela deveria convencer os discordantes e acabar com essa novela.

Está servindo de palanque político e ideológico para pessoas que nem sempre sabem o que estão defendendo. Entram na onda dos ecochatos e ONGs internacionais com interesses questionais aqui no país, e de celebridades e jornalistas que questionam o uso dos agroquímicos, mas não deixam de comer alimentos sem comprovação de origem orgânica; ou picanha cujo origem vem do trato com  os produtos questionados.

O setor produtivo é o principal interessado de que quanto menos agroquímicos nas lavouras, melhor parar o produtor. Tanto devido os riscos na aplicação, como nos custos de produção. Mas por outro lado há que se considerar que sem eles, a dificuldade de produção é bem maior. A própria FAO, organização da ONU que cuida da área de alimentação, portanto, em abrangência mundial, reconhece que se não for realizado o tratamento contra as pragas e ervas daninhas das plantas, nossa produção de alimentos cairá pela metade. Portanto, vale aquela premissa de que se usarmos os produtos dentro das recomendações técnicas, na época certa, e com os cuidados necessários, não faz mal a ninguém.

A nova lei, entre outras coisas, pretende flexibilizar os registros de novos produtos, sem perder de vista os controles que o assunto requer. Novos produtos, menos tóxicos, e mais rentáveis em redução de volumes, exatamente para evitar prejudicar a saúde humana e ao meio ambiente.  Mas parece que mesmo assim os políticos não se entendem ou querem agradar a todos, sem considerar as informações cientificas que estão disponíveis em todo o mundo.

É lamentável a campanha que a organização não governamental Greenpeace divulgou na semana que passou, fazendo circular uma publicação, onde crianças indagam aos seus pais se é verdade que no Brasil se come veneno. Estão pregando informações inverídicas. Fazendo comparações inconsistentes ao afirmaram que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Não fazem os esclarecimentos que podemos ser o maior em volume devido a nossa área em expansão e desenvolvimento agrícola, mas não na proporção de outros países que tem menor extensão territorial e por isso usam menos.

É fake news, de alguém de fora que quer prejudicar o mercado brasileiro, temendo o avanço que estamos tendo no mercado mundial. E os políticos parece que entraram no jogo, pois mais uma vez adiaram a votação no Congresso, onde  já passou por inúmeras audiências públicas para ouvir todos os setores envolvidos. Agora querem jogar para o próximo ano a definição da nova lei que tramita há 23 anos no Congresso Nacional. Esse o país em que vivemos, onde poucos gritam muito, e muitos políticos concordam com poucos, e acabam prejudicando a todos. Será que escolhemos bem nossos parlamentares nas últimas eleições? Vamos avaliar no próximo mandado. Pense nisso!

Fonte: Fecoagro/SC.

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