A estrutura dos novos governos, federal e estadual

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

Já se passaram 15 dias da posse dos novos governos, estadual e federal, e parece que ainda não estão definidos os responsáveis por diversos setores na esfera operacional dos dois governos. Em determinados cargos já definidos, parece que não está havendo coesão entre os indicados, especialmente no governo federal. É natural que cada governo quando assume, possa colocar as pessoas de sua confiança nas funções que podem ser substituídas, isto é, nos cargos comissionados, levando em conta aspectos políticos partidários; afinal, foram eleitos por determinada linha partidária e ideológica, e com isso têm o aval dos eleitores, sem entrar no mérito dos resultados ou da legitimidade ou não das eleições. 

Entretanto, o que não pode acontecer, após escolhidos dentro de um mesmo governo, os empossados comecem a divergir nas opiniões, anunciando decisões sem a concordância do chefe maior. Até ministros estão se contradizendo. De outra parte, para os casos de indefinição de nomes, não pode a máquina pública parar, por falta de nomeações por questões partidárias na composição do governo. Não nos parece positivo exonerar quem estava trabalhando, e não indicar substitutos, pois os demais subordinados ficam à deriva.  Já existe o período de transição de governos para essa finalidade, portanto, após a posse já deveria estar tudo definido para dar prosseguimento dos trabalhos de cada área. É compreensível que haja um certo tempo para as adaptações de uma nova postura nas funções, mas a máquina não pode parar. Por outro lado, é necessário que os escolhidos não percam de vista, além das condições técnicas e políticas nos cargos, também o grau de relacionamento que precisam ter com as entidades e organizações que fazem parte do processo.

No setor agropecuário de SC, já temos o secretário da Agricultura, inclusive por indicação da Ocesc, que tem currículo elogiável em defesa do setor, mas outras funções importantes vinculadas a Pasta ainda não foram definidas. Pode até não ser por decisão do secretário e sim do governo como um todo, mas que precisam ser definidas o mais rápido possível. Especialmente na agricultura onde existe um calendário agrícola para ser cumprido, há necessidade de definições.  O novo governo deve colocar em prática os seus projetos, e muitos deles dependem de providências imediatas, para poder cumprir os prazos.

A secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, como órgão governamental que estabelece as políticas públicas, é quem define e coordena os programas e processos, mas a execução é realizada por três empresas vinculadas – Epagri – Cidasc e Ceasa – e essas não podem perder tempo, até  porque existem  eventos programados para serem realizados imediatamente e os colaboradores precisam saber quem serão seus chefes, e qual a linha administrativa e funcional que pretendem  implementar. A expectativa é que nos próximos dias isso possa ser resolvido. Dependendo das pessoas a serem escolhidas, a máquina deve sair andando acompanhando o sempre dinâmico sistema de produção agropecuária de SC. E que as escolhas tenham também componente técnico e não apenas partidário, e que tenham passado ilibado.  Do contrário,  começará  a aparecer somente os pontos negativos, e isso não é bom para um novo governo que está entrando. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC.

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