Estado de Santa Catarina reduz desmatamento da Mata Atlântica em 66%

O novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Mata Atlântica, divulgado recentemente, revela uma redução significativa de 66% no desmatamento nos primeiros oito meses de 2023 em Santa Catarina. Esse percentual é mais expressivo do que a média registrada no Brasil, que foi de 59%. Os dados, consolidados na plataforma MapBiomas Alerta por meio da parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas, indicam que a área desmatada no país entre janeiro e agosto deste ano foi de 9.216 hectares, representando uma queda de 59% em comparação com o mesmo período de 2022. Já em Santa Catarina, a redução se traduz em uma diminuição de 1.816 para 600 hectares desmatados. 

Esses resultados positivos são fruto da intensificação das ações de combate ao desmatamento no estado, tanto em fiscalização preventiva quanto repressiva, além dos investimentos em estratégias de alta tecnologia. Sheila Meirelles, presidente do IMA, analisa: ‘Estamos colhendo os frutos de um trabalho intenso de ações preventivas e repressivas, que envolvem a utilização de tecnologias avançadas de fiscalização e ações conjuntas com outros órgãos e instituições para combater de forma efetiva os crimes de desmatamento ilegal no estado.’ 

Atualmente, o IMA conta com o Sistema Integrado de Monitoramento e Alertas de Desmatamento (SIMAD), desenvolvido pelos técnicos do Instituto, que auxilia o serviço de fiscalização. O SIMAD é um programa inovador no país, pois utiliza imagens de satélite para comparar locais em diferentes períodos, mostrando o histórico da vegetação. Caso haja supressão de vegetação, o sistema verifica se essa ação possui autorização de corte ou se foi realizada de forma clandestina. Utilizando imagens orbitais de alta resolução, o sistema identifica as mudanças na cobertura vegetal em todo o território catarinense, avaliando mosaicos com resolução espacial de até 4,7 centímetros, disponibilizados pelo programa NICFI em parceria com o governo da Noruega. 

O alerta é gerado por meio de programas computacionais de código aberto, sem custos para o Estado. Ele analisa se houve autorização para supressão, utilizando informações do IMA, do SINAFLOR por meio do IBAMA e outros dados da área, como histórico de uso do solo e informações do Cadastro Ambiental Rural, entre outros. O SIMAD é o único monitoramento desse tipo disponível em Santa Catarina, realizando cruzamentos automáticos com outros sistemas, como licenciamento, autos de infração, Cadastro Ambiental Rural (CAR) e espaços territoriais especialmente protegidos (APP, Reserva Legal, unidades de conservação), entre outras camadas. 

A Mata Atlântica é um dos seis biomas presentes no território brasileiro, conhecida por sua rica diversidade de espécies da fauna e flora. Localizada na faixa litorânea, abrange uma área habitada por mais de 50% da população brasileira, conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Fonte: Agência Catarinense de Notícias 

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