Time que está ganhando, não se mexe

Essa frase é conhecida, principalmente quando se trata de esportes: “Time que está ganhando, não se mexe”. Embora muitas vezes seja necessário fazer ajustes, como quando alguém está contundido ou para poupar algum jogador. No nosso cotidiano, fora do esporte, isso também acontece. O conservadorismo catarinense recomenda que ninguém deve se atrever a querer reinventar a roda se ela já está girando. No setor agropecuário e cooperativista, isso também se aplica. Se uma cooperativa está indo bem, é preciso ter cuidado ao querer mudar a rota, pois pode-se perder o rumo. Nas decisões políticas e governamentais, não deveria ser diferente. Isso não significa que não existam outras alternativas, mas aquelas que já estão dando certo devem ser cuidadosamente consideradas antes de fazer mudanças. Na Secretaria da Agricultura do Estado de SC, existem programas que são tradicionais e já mostraram que são eficazes. Com os aperfeiçoamentos naturais do avanço tecnológico, tiveram suas adaptações, mas continuam sendo bem-sucedidos. 

Portanto, mudar apenas porque houve uma troca de governantes pode ser um tiro no pé. O programa Terra Boa, por exemplo, ou “Troca-troca”, como os agricultores costumam dizer, existe há muitos anos. A nova modalidade de execução via cooperativas já está em prática há mais de 20 anos e sempre foi bem-sucedida, com resultados que, embora nem todos reconheçam, são vitais para os agricultores e o governo estadual. Essa parceria tem sido invejada por outros estados. Dessa forma, não seria prudente adotar mudanças radicais ou cortar incentivos para esse programa.  

No início do atual governo, houve questionamentos sobre o Terra Boa, com cortes de recursos que afetaram diretamente os agricultores. No entanto, a sensibilidade do governador fez com que os recursos fossem restabelecidos, e o programa foi executado conforme planejado. Em 2024, o programa está sendo viabilizado novamente, embora com valores menores do que os pretendidos pela Secretaria da Agricultura, mas que não deverão impactar significativamente na sua execução. A Fazenda estadual decidiu repetir os recursos contratados em 2023, destinando R$ 96 milhões às cooperativas e casas agropecuárias para subsidiar sementes de milho, calcário e outros programas menores. Cabe à Secretaria da Agricultura gerir os recursos de forma a não deixar nenhum agricultor familiar sem atendimento. À Fecoagro e às cooperativas cabe a operacionalização dos programas, que tem sido realizada com transparência, eficiência e, com certeza, com menor custo do que se o governo tivesse que executá-los diretamente. Apesar dos percalços no percurso, o time está jogando bem; portanto, em time que está ganhando, não se mexe. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro 

Leave a Comment