Petrobras estima criação de holding para sociedades em fertilizantes até 2025

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, estima que será possível estabelecer uma holding para a companhia atuar no setor de fertilizantes até meados de 2025 

“Acho que entre esse final de ano e metade do ano que vem a gente consegue equacionar tudo isso. Mas eu faria tudo para virar esse ano com essa coisa encaminhada, tudo definido direitinho, um plano, uma holding de fertilizantes para ter a maleabilidade de ter parceiros diferentes em plantas diferentes”, disse.  

Os planos para o retorno da empresa ao setor incluem a retomada da operação da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná, e a finalização das obras da unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Segundo Prates, a planta sul-matogrossense tem cerca de 80% das obras prontas, mas esse percentual vai ser ajustado para refletir a deterioração dos materiais desde que as obras foram interrompidas, em 2014. “A gente consegue agora destravar esse processo de colocar em operação de novo ou uma licitação para terminar, como obra, ou oferecer parceria para alguém entrar e terminar as obras e ficar com o equity”, afirmou.  

A companhia tem ainda as unidades de fertilizantes em Sergipe e na Bahia que foram arrendadas à Unigel durante o governo de Jair Bolsonaro. A Unigel interrompeu as atividades devido ao aumento do preço do gás natural e à redução nas cotações de fertilizantes no mercado internacional. No fim do ano passado, a Petrobras assinou um acordo para industrialização por encomenda (tolling) com a Unigel previsto para durar oito meses, mas que nunca chegou a ser concretizado.  

O acordo previa que a Petrobras forneceria gás para a Unigel operar as plantas e receberia os fertilizantes para comercialização no mercado. A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas na governança da Petrobras e distorções nos cálculos que justificaram a assinatura do contrato, com a conclusão de que o acordo levaria a um prejuízo de R$ 487,1 milhões. Na visão de Prates, o contrato de tolling virou “um problema completamente injustificado”. Ele ressaltou, no entanto, que a empresa só vai iniciar o acordo depois do aval do TCU. 

O presidente da Petrobras reforçou que a empresa vai voltar ao segmento de fertilizantes por ser um negócio derivado da produção de petróleo e gás. Não só para o Brasil é importante ter um pouco, pelo menos um terço ou a metade do suprimento garantido no seu território, mesmo com as suas dificuldades, como também do ponto de vista empresarial”, afirmou.  

O executivo disse ainda que a ideia é manter o prefixo “petro” no nome de uma eventual nova holding na área de fertilizantes. “A origem, histórica da empresa, sempre vai remeter a petróleo, mesmo que ela se torne uma empresa 100% de energia renovável no futuro”, disse. A Petrobras está levando a órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) um pleito para flexibilizar suas regras de licitações, disse o presidente da estatal. 

“O que é necessário é que a gente tenha mais flexibilidade, sem perder governança, sem perder a checagem, a contra-checagem e a possibilidade de punir eventualmente má gestão ou más práticas”, disse. “Não é a intenção atropelar nada, nem facilitar nada escuso, nada errado, é o contrário”. Segundo o executivo, as discussões não envolvem alterações na Lei das Estatais, mas sim a redução da padronização prevista nas regras de controle. A lei foi aprovada em 2016 com mecanismos de transparência e governança para as empresas públicas, como reflexo dos casos de corrupção descobertos na Operação Lava Jato. 

Fonte: Agência EPBR 

 

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