Mudar de opinião faz parte do sucesso

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Existe um ditado que diz que a única coisa que nunca muda, é a necessidade de mudanças. Há certa resistência das pessoas em querer rever suas decisões, seus procedimentos, seus pensamentos. Naturalmente consideram que voltar atrás seria negativo, depreciativo, falta de pulso. Não é bem assim no dia a dia, especialmente para quem lida com o público, com terceiros, com as massas. Em qualquer atividade, precisamos repensar procedimentos. Não sob pressão, mas considerando reavaliações e ouvindo o que a maioria entende. Agradar a todos ninguém conseguirá, mas considerar a maioria é salutar. Voltar atrás não é defeito. É virtude, se com coerência e responsabilidade.

Nesse início de governo, estamos vivenciando decisões importantes, que afetam diversos segmentos e que precisam ser reavaliadas. Felizmente, ainda existem autoridades que estão revendo seus conceitos e suas decisões. Para exemplificar em nível federal, foi o caso do cancelamento da tributação de importações de leite da Nova Zelândia e da Europa. O Governo Federal havia cancelado o tributo, e isso iria provocar perdas para os produtores brasileiros. Não temos como competir com aqueles países que tem outra realidade de custos e produtividade. O Governo Federal voltou atrás e reviu sua posição. Agora estamos esperando que aconteça o mesmo com relação aos subsídios às cooperativas de eletrificação que estão sendo afetadas por medida tomada no final do governo anterior e até agora mantida pelo atual Governo Federal. Vai atingir o setor rural, se não houver mudanças. A persistir a decisão, vai onerar a energia elétrica no meio rural. E assim certamente outras decisões dos novos governos virão e precisarão ser reavaliadas na hora oportuna.

Em nível estadual a polêmica do ICMS continua. O governo anterior retirou incentivos fiscais destinados à produção agropecuária e ainda passou a tributar os insumos dos produtos da cesta básica. Afetará agricultores com acréscimo nos custos de produção e sobrará para os consumidores que pagarão mais caro os principais produtos alimentícios. Sem falar na extinção do crédito presumido às agroindústrias, comprometendo a competição com outros Estados. Portanto, é hora de rever procedimentos. Precisa ser considerada a necessidade imediata de caixa, mas também a consequência lá na frente. A falta de recursos para cumprir a folha de pagamento dos funcionários públicos e outros compromissos do Governo Estadual é fato, mas precisa encontrar outra saída e aliar o técnico com o social. Se existir irregularidades ou desnecessidades na concessão de incentivos fiscais, devem ser corrigidas, porém não devem ser afetados aqueles que agem corretamente e proporcionam retorno ao Estado. Está nas mãos do governador considerar isso. Se não rever a posição, certamente sofrerá revés na área política e econômica em nosso Estado. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro

Leave a Comment