Especialista diz que acordo de livre comércio com União Europeia pode ajudar setor de carnes

O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, será oportunidade para diversificar mais os destinos das carnes brasileiras. De acordo com Maristela Martis, analista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, atualmente a as exportações brasileiras estão se concentrando na China, o que pode ser arriscado para o setor.

Na avaliação da especialista, as proteínas de frango e bovina tendem a se beneficiar mais do acordo de livre comércio entre os dois blocos. Isso porque a UE é também grande produtora de carne suína, o que deve inviabilizar as remessas essa proteína brasileira para aqueles países.

O surto de Peste Suína Africana (PSA), segundo Maristela Martins, está refletindo em uma grande concentração das exportações brasileiras de carne para a China. Ela cita que em torno de 50% da proteína suína tem como destino esse país. Em relação à carne de frango, para a China são destinados 18% do total, enquanto Hong Kong detém 4,8%.

“Essas exportações muito concentradas são arriscadas também para o desempenho das cadeias aqui no Brasil”, avalia a analista do Cepea. De acordo com ela, a Rússia é um exemplo recente de como a concentração do mercado para apenas um destino pode impactar no setor. “Quando houve o embargo, o mercado russo ficou muito tempo fechado e os suinocultores brasileiros sofreram bastante, muitos abandonaram a atividade”, ressalta.

Fonte: Anderson Oliveira e Caroline Mendes / Redação Revista Avicultura Industrial, com adaptação da Fecoagro

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