Arroz catarinense tem preço, produtividade e exportações em alta, avalia Epagri/Cepa

Com preços, produtividade e exportações em alta, a cadeia produtiva do arroz em Santa Catarina comemora um bom momento, impulsionado pelo aumento da demanda. Com as últimas colheitas realizadas até o início de junho, os preços seguem estáveis, contrariando as expectativas dos analistas, que diante da maior oferta do produto no mercado, esperavam queda nos valores. Valor pago ao produtor teve alta de 22% na primeira quinzena de junho em relação ao mesmo período de 2019.

Gláucia de Almeida Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), explica que na primeira quinzena de junho os produtores catarinenses de arroz receberam em média R$ 55,96 pela saca de 60 kg. No ano passado, nesta mesma época, o valor estava em R$ 45,84, já corrigida a inflação do período. “Em termos absolutos tivemos uma alta de 22%”, ressalta a analista.

Esta alta é inédita para os produtores de arroz catarinenses, que há anos vêm sofrendo com valores que sequer cobriam os custos de produção. Na avaliação de Gláucia, a alta de 2020 vem se configurando desde dezembro, quando a estiagem em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul apontava para uma safra ruim de arroz. Com base na expectativa de baixa oferta do produto, os preços se mantiveram e vieram crescendo. No início de março, a corrida dos consumidores ao mercado, em decorrência da chegada ao Brasil da pandemia da Covid 19, fez a demanda pelo cereal crescer e, consequentemente, os preços do arroz seguirem em tendência de alta, que se mantém até agora.

A produtividade foi outra questão que surpreendeu, apesar de o cenário não ser o ideal, formado pela combinação de estiagem, calor excessivo em janeiro e ataque de pragas. No Sul do Estado, o desempenho da safra foi surpreendente. Nas microrregiões de Criciúma e Araranguá as produtividades superaram as obtidas na safra 2018/19 em 14,74% e 10,63%, respectivamente.

No Alto Vale, o andamento da colheita também confirmou rendimentos superiores aos do ano anterior na microrregião de Rio do Sul. No Litoral Norte e Baixo Vale do Itajaí, observou-se que a safra principal se desenvolveu bem, mas a colheita da soca teve rendimentos baixos, principalmente pela ocorrência de cigarrinha sogata, que trouxe prejuízos para muitas lavouras. Contudo, ao final da safra apenas as microrregiões de Ituporanga e Blumenau tiveram produtividades menores em relação à safra passada.

A área plantada com arroz na safra 2019/20 foi de 149.592 hectares. Esse número já está corrigido com base no mapeamento por imagens de satélite coordenado pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).

O arroz não é um produto tradicional na carteira de exportações catarinense, mas neste ano o produto ampliou a sua presença no mercado internacional. Segundo Gláucia, entre janeiro e maio de 2019 Santa Catarina exportou nove vezes mais arroz do que no mesmo período do ano passado. O exportado nos cinco primeiros meses de 2020 também supera em 2,3% o volume de arroz que foi vendido ao exterior pelo Estado durante todo o ano de 2019.

A alta nas exportações do arroz catarinense se deve ao aquecimento do mercado externo, avalia a analista da Epagri/Cepa. Os principais países compradores foram África do Sul, Senegal e Namíbia.

Fonte: Epagri/Cepa

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