Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro
Como acontece nas novelas de televisão, o país e o mundo continuam com o suspense dos próximos capítulos da pandemia do coronavírus ou Covid-19. Infelizmente a cada dia um novo capitulo, cheio de surpresas, com enredo igual: sem solução para a população. Enquanto as autoridades não se entendem para enfrentar o problema, certamente fica mais difícil de sobrepor essa crise.
No Brasil estamos vivendo o tempo dos a favor e dos contra ao tratamento da doença. Alas ideológicas se confrontam politicamente, misturando saúde com política e a população fica sofrendo sem saber o que deve ou não deve fazer. Médicos e cientistas dos a favor e os contra, sem que haja definições concretas do que pode ou não pode ser utilizado para o tratamento.
Em outras partes do mundo parece que as coisas estão se acalmando, ou a mídia está diminuindo o foco, mas aqui no Brasil e, principalmente, em SC estamos no auge da crise da doença. Agora ainda aparece uma velada divergência entre as ações do Governo do Estado e as prefeituras municipais. Está acontecendo uma troca de acusações, em um empurra-empurra quanto às responsabilidades. Primeiro se reivindicava que fosse regionalizado o tratamento para a crise, onde os municípios deveriam adotar medidas de acordo com suas peculiaridades. Agora estão reclamando que o estado não está dando a atenção necessária. Ai começa a entrar o jogo político, principalmente naquelas prefeituras onde o atual prefeito pretende se candidatar a reeleição e não querem ficar com o ônus do problema.
Em nível federal, diminuíram a intenções de pegar no pé do Presidente da República, ou do Governo Federal, porque, especialmente a mídia tendenciosa, deve estar entendendo que embora não tenha sido abandonada a preocupação federal, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a responsabilidade das ações é dos governadores e prefeitos. Tem até ministro do Supremo dando palpite fora dos autos, agindo politicamente, interferindo em outro Poder sem ser provocado, querendo marcar território na política brasileira. Deveria ficar no seu lugar apenas julgando e não dando opinião fora do contexto. Estamos em maus lençóis com essa mistura de Poder. Enquanto isso a doença avança, as mortes também e o assunto virou briga política, incentivada por parte da mídia que quer ver o circo pegar fogo, ao invés de acionar os bombeiros, tentando buscar audiência ou defendendo interesse próprio, em cima de uma calamidade pública. Triste realidade.
O que tem de positivo no momento? O setor agro. O único que tem gerado notícias positivas. Continua trabalhando, mesmo com algumas autoridades ampliando a crise, contrariando protocolos nacionais, nas agroindústrias, querendo impor suas vontades. Mas o agro continua apresentando resultados positivos. Para nós catarinenses, as noticias são boas. Até a mídia estadual está abrindo mais espaços para divulgar o agro em SC. Ampliamos as exportações; tivemos bons resultados das colheitas apesar da estiagem; os agricultores estão tendo bons preços e produtividade estimulando para o próximo plantio; o Governo do Estado tem estado presente no apoio aos atingidos pela estiagem e pelos vendavais; os preços dos insumos não subiram; o Plano Safra agradou a grande maioria e a banda continua tocando.
Que bom seria se todos os setores estivessem no mesmo ritmo. Mas uma coisa é certa: não é só criticando os governos que vamos superar essa crise da pandemia. Temos que fazer a nossa parte de seguir as orientações das autoridades sanitárias. Temos que recomendar que todos ao nosso redor façam o mesmo, e continuar trabalhando, com a segurança recomendada, porque somente com trabalho se superam as crises. Quer da saúde, quer da produção, quer da economia. Nunca nos esquecendo de que juntos somos mais fortes. Pense nisso.
Fonte: Fecoagro
