A vez e a voz do cooperativismo

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC.

Discutir a importância do cooperativismo dentro do setor é redundância. Todos que militam e convivem com esse setor sabem da sua relevância, especialmente os pequenos produtores, pequenos negócios e comunidades mais carentes. Qualquer que seja o ramo do cooperativismo, dentro dos propósitos de uma cooperativa, ela faz a diferença, promovendo a inclusão social e a distribuição de renda na proporção da participação dos seus associados. O que nem sempre se consegue é a sensibilização da população das vantagens do sistema cooperativo. E isso só se consegue através da persistência na divulgação e conscientização nas comunidades, nas cidades e no campo.

Modéstia à parte, aqui em SC estamos fazendo bem esse papel. Todas as entidades de representação estadual do cooperativismo têm aplicado nessa área, a ponto de sermos destaque nacional, embora nem sempre reconhecidos em outras regiões do país. Aqui no Estado, independentemente de quem esteve governando, o cooperativismo sempre teve estreitas relações com o Poder Público, a ponto de serem estabelecidas parcerias duradouras, passando de governo para governo, e a afinidade continuou. Muitas vezes até por conveniência dos governantes, pois viram no cooperativismo a capilaridade e credibilidade de seu interesse.

No agro, essa parceria tem sido mais consistente, e foram raríssimas as ocasiões em que os governos tiveram restrições às cooperativas nos últimos cinquenta anos. Muitas das vezes, o cargo de secretário da Agricultura foi ocupado por cooperativistas autênticos. Talvez mais porque os líderes tivessem afinidades com o governante, do que o contrário, ou seja, não por ser cooperativista, mas por outros méritos. 

Agora no próximo governo estadual, parece que surge uma situação diferente. O governador eleito já vem dizendo desde antes das eleições, que quem vai indicar o secretário da Agricultura serão as cooperativas. Como em SC o cooperativismo mais expressivo é do ramo agro, a decisão do governador certamente também contempla o setor agro como um todo. Aqui as entidades do agro são unidas e as cooperativas também fazem parte do contexto. Trata-se de uma honra para o cooperativismo poder indicar o secretário da Agricultura, mas por outro lado, é uma responsabilidade muito grande em fazer dar certo.

Jorginho Mello aceitou as 20 propostas apresentadas pelo agro para inclui-las no seu plano de governo, e dentre elas está a ouvir o setor na indicação do secretário da Agricultura. Deverá cumprir, e o anúncio, segundo o próprio governador, será apenas em dezembro. Certamente o cooperativismo terá  nome que represente bem o setor e depois terá a responsabilidade de apoiá-lo no seu trabalho e assim bem representar o agronegócio e o cooperativismo no primeiro escalão do governo catarinense. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC.

 

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