As distorções de opiniões sobre os defensivos agrícolas

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Na semana que passou circulou nas redes sociais um vídeo produzido por um agricultor de Santa Cruz do Sul (RS), que faz uma análise sobre a importância dos agroquímicos, ou defensivos agrícolas, para o setor produtivo da agricultura. Em explicação bem ilustrada o vídeo mostra que defensivos agrícolas são insumos indispensáveis para a produção agrícola e, se utilizado de forma correta, só fazem mal se alguém ingerir o produto de forma deliberada.

Foi importante a publicação, pois mostra que não existe agricultura sem defensivos agrícolas e, consequentemente, não teremos alimentos. Utilizar os defensivos agrícolas de forma adequada e de acordo com as recomendações dos fabricantes e dos distribuidores, e sempre com acompanhamento dos técnicos, não há riscos de intoxicação, nem para quem aplica, nem para quem consome os produtos cultivados. É verdade que da mesma forma que os remédios, se não forem utilizados de acordo com as receitas médicas, pode fazer mal e até e matar.

O ex-deputado Valdir Colatto, que é engenheiro agrônomo, já dizia em Brasília: “Se existe o médico para receitar remédios aos humanos; o veterinário para receitar os medicamentos aos animais; também existem os engenheiros agrônomos para indicar os remédios para a agricultura”. Todos fazendo sua parte corretamente, não prejudicarão a ninguém.

De outro lado, há que se reconhecer também que existem pacientes que não obedecem às normas. Certamente deve existir aquele agricultor que faz do seu jeito e pode não ser o correto. Para esses há que se penalizar na forma da lei, mas não se pode criminalizar a todos de que estão aplicando produtos para prejudicar a saúde pública. Ninguém em sã consciência vai querer matar um cliente consumidor de alimentos. Existe ainda uma terceira via que, segundo se comenta, agricultores gananciosos buscam produtos de forma ilegal, contrabandeados, proibidos no Brasil. Esses também precisam ser responsabilizados.

As normas de autorização de fabricação e comercialização de agroquímicos no Brasil são rígidas, e não é possível atribuir negligência aos órgãos de controle na autorização de produtos proibidos em outros países. Se alguém está fazendo isso, também está fora da lei. Há necessidade premente que os fabricantes de agroquímicos tomem a iniciativa de melhor esclarecer os objetivos dos defensivos agrícolas, chamados nos meios urbanos “agrotóxicos”, explicando o que eles trazem de positivo para a agricultura e, por consequência, a população em qualquer país.

A mídia, muitas vezes sem conhecimento técnico profundo, tem abordado o assunto de forma negativa, sempre com propósito de difamar os produtos. Até tributação com impostos está sendo proposta, sob o argumento de ser prejudicial à saúde. Como que se pagando o imposto daí o produto não faz mal. Interpretação errônea do assunto. Ninguém defende envenenamento da população, mas considerar que todos os agroquímicos são prejudiciais é tratar de forma superficial o assunto.

Seria bom antes de se divulgar denúncias ou acusação fossem ouvidos os órgãos competentes e os engenheiros agrônomos que conhecem a fundo o tema. Casos pontuais não podem ser generalizados. Como diz o deputado Moacir Sopelsa: “por causa dos carrapatos não podemos matar a vaca”. Vamos matar o bicho nocivo, ou penalizar os infratores das normas e não a produção de um insumo indispensável para agricultura. Sem defensivos, quem vai comer os alimentos serão os insetos e não a população. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro

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