Caem vendas de empresas de fertilizantes

Duas líderes em vendas de adubos no mercado brasileiro, a norueguesa Yara, listada em Oslo (Noruega), e a americana Mosaic, com ações em Nova York (EUA), registraram forte lucro nos últimos trimestres, a despeito das dúvidas sobre o fornecimento desses insumos devido ao contexto geopolítico.

É que a alta de preços, que desestimulou as compras dos agricultores mundo afora, foi justamente o fator que compensou a queda das entregas, contribuindo para os resultados. O cenário mexeu com os volumes comercializados no Brasil, um mercado chave para ambas.

As duas multinacionais encabeçam as vendas locais, seguidas pela paranaense Fertipar, a russa EuroChem e a baiana Cibra – que tem como sócios os grupos americanos Omimex e britânico Anglo American -, indicou uma projeção recente da consultoria americana StoneX.

O ano atípico para o segmento pode mexer com a ordem do ranking, arriscam fontes que atuam no ramo. As entregas da subsidiária brasileira da Yara caíram 40% em volume na comparação entre os terceiros trimestres de 2021 e 2022, para 1,763 milhão de toneladas de produtos – a maior parte fertilizantes -, entre junho e setembro deste ano.

Além de demanda mais fria, a norueguesa enfrentou reveses ao ter de mudar sua rede de fornecedores, cancelando compras da Rússia para seguir à risca as sanções europeias estabelecidas diante da eclosão da guerra na Ucrânia. O volume comercializado pela subsidiária brasileira da Yara representa pouco mais de 60% das vendas da empresa no continente americano, e é quase o mesmo que o registrado na Europa, onde as entregas somaram 1,979 milhão de toneladas no terceiro trimestre.

“Os volumes de venda do trimestre acompanharam os movimentos de mercado e sua demanda”, disse Eduardo Monteiro, vice-presidente comercial da Mosaic Fertilizantes, em nota.

“A recente melhora das relações de troca, resultado da alta nos preços das commodities e da redução dos preços dos adubos, impulsionam um aumento da demanda dos produtores rurais, visando a segunda safra e a safra de verão 2023/24”, continuou.

No ano passado, as empresas entregaram quase 46 milhões de toneladas de adubos  no Brasil – um recorde, segundo a Anda, entidade que representa o setor. Analistas da StoneX e do Rabobank vêm projetando uma possível retomada das entregas de fertilizantes em 2023. Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da StoneX, por enquanto estima alta de 5% sobre 2022, destacando que se trata de uma “posição inicial conservadora”.

Bruno Fonseca, analista do Rabobank, fala em aumento de 4% ante as entregas estimadas pelo banco para 2022, de 42,75 milhões de toneladas. Tudo dependerá dos patamares de preços praticados. Mesmo que o agricultor tenha aplicado menos adubos nesta temporada, as terras brasileiras precisam de fertilização, sobretudo na região Centro Oeste, importante produtora de grãos.

Fonte: Redação Avicultura Industrial com informações de Valor.

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