Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC
Já dizia uma velha raposa da política, “nada como uma campanha eleitoral para se conhecer de que lado as pessoas estão”. Passados alguns dias da primeira exigência legal do calendário eleitoral, o qual seja, definições sobre filiações partidárias e desincompatibilização de cargos públicos para concorrer nas próximas eleições, já surgem as tendências de candidatos, ou postulantes de posições de destaque nos próximos governos. Na política tem aqueles que pretendem se eleger, mas também tem aqueles que querem ser amigos dos cargos dos eleitos, visando uma posição se seu candidato for eleito.
O que se viu nessa época de definições partidárias, um troca-troca impressionante. Alguns por incompatibilidade na convivência; outros por falta de espaço, e outros tantos para ficar “amigos do rei”. Por questões ideológicas, ou por princípios e interesse público, pelo visto muito poucos. A guinada que determinados candidatos ou lideranças tem dado nas suas posições partidárias é de assustar qualquer vivente. Como a população pode acreditar num pretenso candidato que deu um giro de 360 graus no seu comportamento político? Desdisse tudo o que tinha dito dos seus adversários e agora manifesta amores a eles. E o outro lado, aceita com bom grado? Só pode ser por interesse próprio e não da população.
A eleição desse ano vai dar oportunidade à população de poder separar o joio do trigo. Espera-se que as redes sociais possam mais uma vez dar o rumo nessa eleição. A esperança é nessa tecnologia de comunicação, já que a grande mídia, infelizmente tomou lado e está defendendo aqueles que sempre usurparam o poder e dividiram com determinados veículos de imprensa, em benefício próprio. Está chegando a hora de fazer uma limpa, não apenas nos pretensos candidatos aos poderes executivos, mas também, e principalmente, no Legislativo. Pena que no Senado Federal neste ano troca é de apenas um senador por Estado.
Precisamos renovar uma boa parte daqueles que estão lá, colocando alguém que assuma o lado do povo e não apenas dos seus interesses, se subordinando as decisões inconstitucionais praticadas na alta esfera do Judiciário, certamente porque também têm culpa em cartório. Mas mesmo assim precisamos mudar o que for possível nos legislativos para podermos passar a limpo a política nesse país dos que trabalham e produzem.
E nós do agro e do cooperativismo o que pretendemos fazer? Cruzar os braços outra vez? Também precisamos sair de cima do muro. Não adianta nos esquivarmos dizendo que não nos metemos em política. A política honesta faz parte da nossa vida. Todas as decisões políticas nos afetam no nosso dia a dia. Se não nos organizarmos para eleger candidatos do nosso meio, da nossa confiança, vamos ter que ir de carona com outros setores, que não necessariamente têm os mesmos interesses do nosso setor. Se não assumirmos nossos candidatos, depois não adianta ficarmos chorando pelos cantos e reclamando dos políticos. Ter posições políticas não é crime e nem demérito. É exercer a cidadania.
Em nosso Estado já começam os movimentos dos pretensos candidatos ao legislativo, estadual e federal. Lembremo-nos que agora, todos se apresentam como defensores do agro e do cooperativismo. Mas quando se elegem, seguem a cartilha do partido ou do seu grupo de interesse, e o agro e o cooperativismo ficam em segundo ou terceiro plano.
As entidades do setor já estão se mobilizando e passando a limpo, para apoiar quem realmente já deu prova que entende e defende nosso setor. Temos todos que nos engajar nisso. Vamos assumir candidatos, independentemente de cor partidária, mas sim alguém que possamos contar para defender nossos pleitos, quando estiver no Poder. Temos que pegar junto, e não atirar para todos os lados só para agradar a A ou B. Só assim teremos alguém falando por nós, e nos ajudando a limpar, principalmente o Congresso Nacional e colocar lá gente do bem, que pense e aja no coletivo e não apenas em mamar nas tetas do governo ou buscar vantagens pessoais. Pense nisso.
Fonte: Fecoagro/SC
