O crescimento do cooperativismo no Brasil em 2023 deve ser três ou quatro vezes maior que o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de acordo com a estimativa do presidente da OCB Nacional, Marcio Lopes de Freitas. “Acredito que o crescimento do cooperativismo será de aproximadamente 10%, muito acima da inflação e da previsão para o PIB nacional”, compara. A projeção do mercado financeiro é de um crescimento de 2,9% na economia brasileira em 2023.
Lopes destaca o ramo de crédito como exemplo, registrando um crescimento de 25% no ano passado. “É um ramo muito robusto, capaz por si só de impulsionar o crescimento. As cooperativas do ramo agro, no ano passado, alcançaram um crescimento de mais de 12%. Então, sendo bastante conservador, acredito que esses números devam permanecer, pelo menos, nos mesmos percentuais, pois este tem sido um ano de bons resultados”, analisa.
Apesar das expectativas positivas para o desempenho econômico cooperativista, 2023 apresentou desafios e gerou inseguranças devido às mudanças nos cenários político e econômico do país. “Estamos vivendo um ano de transformação, um ano de novo governo, reconstrução de diálogos e uma nova articulação no Congresso Nacional. Além disso, enfrentamos pressões vindas da política e da economia externas”, destaca Marcio Lopes.
Quanto ao governo federal, o presidente da OCB observa uma sinalização positiva para o setor cooperativista nos últimos dias. Ele ressalta que, aos poucos, a resistência de alguns setores do governo está sendo superada, com uma busca por um relacionamento mais próximo. Para Lopes, há um reconhecimento da importância do cooperativismo, especialmente do ramo crédito, por sua capilaridade e menor custo, que pode contribuir para o equilíbrio do mercado financeiro, e do ramo agro, na produção de alimentos e incentivo aos pequenos produtores.
Fonte: MundoCoop
