Em Santa Catarina as granjas continuam recebendo ração

Em Santa Catarina, as granjas de suínos e aves continuam recebendo uma ração mínima e o Estado não tem registro de morte de animais por inanição. A informação faz parte de nota publicada pela Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado. Maior produtor nacional de suínos e segundo maior produtor de aves do Brasil, o Estado possui mais de 210 milhões de animais alojados em granjas. Alimentar esses suínos e aves tem sido um grande desafio diário para o Governo do Estado, produtores rurais e agroindústrias catarinenses.

Desde o início da paralisação dos caminhoneiros, o Governo do Estado está solicitando o apoio dos grevistas na liberação das cargas de ração para alimentação animal e de cargas vivas. Há inclusive um adesivo da Defesa Civil identificando os caminhões que levam ração e, para garantir que essas cargas cheguem ao destino, a Polícia Militar está realizando escoltas até as propriedades rurais.

Em Brasília, entidades do setor do agronegócio estão se pronunciando conclamando aos caminhoneiros para que contribuam em defesa do socorro aos planteis de suínos e aves para evitar consequências ainda maiores nos próximos meses, inclusive aos caminhoneiros.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao governo, a “intensificação da escolta” para o transporte de produtos perecíveis (carnes, leite, frutas e hortaliças), carga viva e insumos para alimentação de animais (rações) em todo o País.

A entidade pede urgência e prioridade para a escolta dos produtos perecíveis e insumos para evitar a continuidade da morte de milhões de animais e o desabastecimento da sociedade brasileira. Os danos causados ao setor agropecuário estão tomando proporções irreparáveis, sob o ponto de vista econômico, social e ambiental.

A Frente Parlamentar da Agropecuária e o Instituto Pensar Agro (IPA), que reúne 40 entidades do setor produtivo nacional, informaram que estão apoiando as reinvindicações dos caminhoneiros (autônomos e empresários), atendidas pela edição das Medidas Provisórias 831, 832 e 833/2018, publicadas em edição extraordinária do Diário Oficial.

A Frente Parlamentar está conclamando para que a normalidade seja reestabelecida imediatamente sob pena de entrarmos em preocupante crise no setor produtivo nacional. É preciso responsabilidade para entender que a restauração do ciclo de toda a cadeia produtiva tem um prazo para acontecer e, se não tomarmos uma ação imediata, teremos danos irreparáveis, principalmente, para o abastecimento de produtos de primeira necessidade da população brasileira, diz a nota.

Lembra que a FPA, o IPA e a classe dos caminhoneiros são setores com interdependência e precisam continuar seguindo juntos a fim de destravar nossa economia e fortalecer nossa competitividade, com garantia de melhores condições de trabalho para todos, sem prejudicar a sociedade brasileira.

A Comissão de Agricultura da Alesc se reuniu ontem à tarde com o governador, deputados, presidentes dos demais Poderes, lideranças empresariais, incluindo a Fecoagro, Faesc, Fetaesc, Sindicarne entre outras, para analisar a situação atual da greve. O governador anunciou que a partir dessa quarta-feira o governo vai agir e, se necessário, usar a força para liberar as estradas.

A estratégia é sigilosa, mas se não houver desmobilização o governo vai usar os instrumentos legais disponíveis para fazê-lo.

Em depoimento à imprensa o governador Eduardo Pinho Moreira disse:

“É importante que os grevistas, os caminhoneiros entendam a gravidade e a importância desse momento. É claro que o movimento tem suas razões, tem suas justificativas, tem sua legitimidade em função de uma política equivocada de preços da Petrobras, que existiu no Brasil com consequências graves para manutenção dos nossos caminhões e o Brasil é um país que vive sobre rodas. Por isso é importante que os caminhoneiros possam entender esse momento, saber que aquilo que está acontecendo agora terá consequências nas próximas semanas e nos próximos meses. Precisamos entender que as cargas que estão sendo deterioradas agora demorarão um tempo para se recuperar. Notadamente em Santa Catarina aonde 30% da nossa riqueza vêm do agronegócio, então os animais que não estão sendo transportados agora, aqueles que estão sendo eliminados, aqueles que estão morrendo, isto vai fazer falta lá na frente, não apenas para o abastecimento da população, mas para o transporte inclusive. Os caminhoneiros já obtiveram uma grande vitória: a redução importante do preço do óleo diesel e a garantia de que durante 60 dias não haverá majoração. O equívoco de aumento diário isso não podia continuar. É hora de refletir que a população brasileira precisa de bom senso”.

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca/Assessoria de Comunicação CNA/SENAR/Fecoagro

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