Entregas de adubo para safra de verão estão atrasadas

As entregas de fertilizantes no mercado interno subiram no mês de junho, contudo ainda seguem lentas por conta da tabela de fretes. Os Estados mais afetados são os de maior distância do porto. Isso preocupa, pois se as previsões de clima se confirmarem (El Niño) deverá ter um retorno das chuvas normal esse ano, onde o plantio já poderia ser iniciado na segunda quinzena de setembro/primeira quinzena de outubro de forma firme, entretanto, está havendo problemas por entregas de fertilizantes, ainda assim poderemos ver atrasos no plantio.

As entregas de fertilizantes no mercado doméstico subiram 3,8% em junho em comparação com o mesmo mês de 2017, após terem registrado queda de 27,3% em maio, também na comparação anual, segundo informações da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

No mês passado, as entregas alcançaram 3 milhões de toneladas. Mesmo com a pequena recuperação em junho, o resultado no primeiro semestre ainda indica recuo de 2,3%, para 12,8 milhões de toneladas. O volume maior entregue no mês passado ainda não compensa a queda de maio, reflexo da paralisação dos caminhoneiros e do impasse em relação à tabela de fretes mínimos rodoviários.

“Essas quedas das entregas nas longas distâncias é consequência direta dessa tabela de fretes”, afirmou David Roquetti, diretor-executivo da Anda. Segundo ele, muitas incertezas na precificação do frete têm atrasado a preparação para o plantio da safra 2018/19.

Carlos Heredia, presidente da Anda, acrescentou que o desempenho de junho, o melhor da série histórica para o mês, foi possibilitado pelos estoques da indústria. E, de acordo com ele, a maior parte das entregas ocorreu em rotas mais curtas de até 250 quilômetros de distância.

Em relação às importações de fertilizantes intermediários – utilizados por misturadoras para a preparação do insumo -, a situação é mais preocupante, segundo a Anda. No primeiro semestre, as importações somaram 11 milhões toneladas, redução de 7,7% em relação ao mesmo período de 2017.

“Se pensarmos que há um período de cerca de 90 dias para essa importação chegar à misturadora, não sobra muito tempo”, observou Heredia. “Os picos de insegurança gerada pela paralisação dos caminhoneiros e pela tabela de fretes têm coincidido com os picos do setor”, disse.

Fonte: Jornal Valor

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