Epagri divulga relatório do mercado agropecuário

Já está disponível a publicação da Epagri, relativa à análise da situação de produção e mercado dos principais produtos agrícolas de SC, relativo mês de novembro e primeira quinzena de dezembro. Vamos destacar aqui os quatro principais cereais. Informações complementares desses e dos demais produtos agropecuários do Estado estão disponíveis no relatório eletrônico no site da Epagri/Cepa.

Milho

Em Santa Catarina, os preços ao produtor apresentaram recuperação desde agosto. Em novembro, o preço médio registrou R$ 84,69/sc frente ao de outubro; o aumento foi de 0,5% e de 5,4% a retração em 12 meses. Em relação à média geral dos preços no período (2018 a 2022) avaliado, verifica-se que as cotações dos preços em 2021 e 2022 estão em um nível diferenciado em relação aos anteriores, superiores aos da média mensal dos preços, reflexo da alta das commodities no mercado internacional no período.

Nos últimos 60 dias, as cotações diárias levantadas pela Epagri/Cepa têm mostrado pouca oscilação  entre R$ 83,00 e R$ 85,00/sc, porém, com uma leve tendência de alta. As agroindústrias e fábricas de rações, neste período do ano, devem se precaver e prover com estoques para os próximos dois meses, em função da expectativa do início da colheita da safra de verão no final de janeiro de 2023. O mercado está atento a dois fatores prevalentes no fim do ano: condições climáticas na safra atual de verão no Sul do Brasil, e ritmo das exportações dos grãos pelo Brasil. Até novembro de 2022, o Brasil exportou 37,2 milhões de toneladas de milho. A expectativa do mercado para exportação total no ano comercial é de 42 milhões de toneladas. Caso se concretize este volume, os preços tendem a se fortalecer no início de 2023.

Soja

As cotações da soja ao produtor no Estado vêm recuando desde o início do ano, quando apresentaram as cotações máximas próximo a R$ 200,00/sc, até atingir a mínima de R$172,37/sc em agosto. Média dos preços estaduais se mantêm  praticamente estáveis, com oscilações em função do dólar e do prêmio praticado nos portos. Em relação ao mesmo período do ano passado (novembro de 2021), os valores se mantêm próximos, com variação inferior a 1%. O prognóstico inicial da produção de soja no Estado, na safra 2022/23, é de 2,61 milhões de toneladas, com aumento de 28,8% em relação à safra anterior. Na atualização de novembro, a área de cultivo foi elevada para 730,6 mil hectares, elevando igualmente a produção do Estado, que atingiu 2,63 milhões de toneladas.

Arroz

Os preços do arroz em Santa Catarina, assim como no Rio Grande do Sul, continuam em ascensão.  Comparativamente ao mês de outubro, o preço médio de novembro, em Santa Catarina, foi 4,88% maior, fechando em R$ 73,93/sc de 50kg. Na primeira quinzena de dezembro, houve incremento ainda maior nos preços.  Até o momento, com média de R$ 79,67/sc de 50kg, 7,76% acima dos preços do mês anterior. No Rio Grande do Sul, os preços de novembro foram de R$ 82,89, 8,75% maiores do que no fechamento de  outubro. Essa elevação ocorre em períodos de entressafra, portanto,  de menor disponibilidade  interna para a compra por parte da indústria. Além disso,  o aumento das exportações brasileiras,  especialmente com origem no Rio Grande do Sul,  tem sido um fator de alta importante nos últimos meses.  Cabe destacar que tal comportamento é típico desta época do ano, visto que a nova safra começa a ser  colhida a partir de janeiro, e suas negociações já iniciaram. Os custos de produção apresentaram leve redução no mês de outubro em relação a julho de 2022. Apesar disso, a margem continua negativa  em R$ 5,76 a saca  pois os preços médios daquele mês não foram  suficientes para cobrir o custo operacional  total da atividade.

Feijão

No mercado catarinense, o preço médio do feijão carioca recuou 9,25% em relação a outubro, fechando a média mensal em R$ 225,60/sc de 60kg. Para o feijão preto, os preços se mantiveram estáveis em baixos patamares, fechando a média mensal em R$182,70/sc de 60kg. Na comparação com um ano atrás, os preços da saca do feijão carioca, em termos nominais, estão 1,52% abaixo do que foi pago em novembro de 2021. Para o feijão preto, há um significativo recuo de 21,45% queda acentuada no preço recebido pelos produtores nesta safra é um dos fatores que têm contribuído para explicara redução na intenção de plantio. Assim como em Santa Catarina, a semeadura da primeira safra 2022/23 segue em todo o País para seu término, com conclusão prevista para final de dezembro, mas  fortemente marcada pelo grande atraso no plantio em função do excesso de chuvas. Segundo dados da Conab, neste momento, o abastecimento interno é mantido por estoques remanescentes da safra anterior e pela produção da primeira safra 2022/23 do interior paulista, safra essa praticamente toda  colhida. Em função disso, a tendência é que os preços continuem elevados, servindo de estímulo aos produtores para investir no plantio da segunda safra.

Fonte: Epagri/Cepa.

 

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