Está na hora de definir o que plantar no verão

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC.

Estamos iniciando o mês de agosto, e com ele épocas de definições importantes para o agricultor catarinense. Começar a ser definido, especialmente  na região oeste, celeiro do Estado, o que plantar e como plantar no verão. O que plantar, evidentemente sabemos que a predominância são os grãos: milho e soja, as principais culturas que em SC são os ingredientes indispensáveis para as atividades pecuárias, na criação de suínos e aves, que agregam valor e aumentam a renda para o homem do campo, principalmente nas pequenas propriedades.

Em recente relatório divulgado pela Epagri/Cepa, mostra que em termos de valor da produção rural, o setor pecuário representa quase 60 por cento da movimentação econômica em SC, portanto, números expressivos que precisam ser considerados, mas que dependem, de outros setores como dos grãos para produção de ração. Nosso Estado é carente desses grãos, precisamos importar sempre, de outros estados e países, portanto, temos que incentivar maior plantio por aqui, com tecnologia que amplie a produtividade para reduzir essa dependência. Toda e qualquer iniciativa  que estimule o plantio de milho é importante.

O Governo do Estado tem feito sua parte, subsidiando os custos de produção através do programa Troca-Troca. Para o milho já existe há mais de 20 anos. Para os cereais de inverno, que também contribuiria para ofertas alternativas de grãos para ração, já estamos no terceiro ano, mas com pouca adesão. Mesmo o governo ajudando a pagar os custos de produção com incentivo financeiro, tem sido pouca a adesão. Para 2022, foram destinados recursos para 20 mil hectares, mas a demanda não chegou a 25 por cento.

A preocupação agora no verão é com o milho. Nesse momento também está fraco o interesse. É verdade que muitos agricultores têm ficado de fora, devido ao não enquadramento no Pronaf. Os altos custos de produção têm excluído muitos   produtores  no limite de renda máxima permitido pelo programa. A par disso, está havendo redução do uso de fertilizantes, ou utilizando  fertilizantes não adequados. Isso inevitavelmente vai baixar a produtividade.

As cooperativas estão preocupadas porque os agricultores estão retardando as compras. Antes, a justificativa era a falta de  financiamento. Agora o Plano Safra já está em vigor e com custos financeiros compatíveis com a situação atual. O que está faltando? O agricultor se definir e continuar  utilizando mais tecnologia e  garantir mais produtividade. Também precisa cuidar para não ser ludibriado por atravessadores que estão falsificando fertilizantes para vender mais barato. Não restam dúvidas que com produtos sem  os nutrientes necessários para cada cultura, tende a ter risco de perda de produtividade.

Há, portanto, duas preocupações principais: primeiro evitar adquirir fertilizantes  sem garantia de procedência. Segundo definir logo pelas compras para não correr risco de ficar sem o produto na hora do plantio. Está mais que comprovado que plantar sem adubo, ou com adubo inadequado, o prejuízo será bem maior do que pagar preços elevados que possam ser compensados na produtividade e nos preços dos grãos. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC.

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