O que foi alertado está acontecendo. O setor de fertilizantes está enfrentando problemas nas entregas do produto para o plantio da safra de verão. As indefinições por parte dos agricultores na compra dos adubos na época normal, esperando que os preços baixassem ainda mais, provocaram uma reação em cadeia no suprimento do produto. Como os agricultores demoraram para se decidir nas compras, as cooperativas também não compraram e as indústrias não se abasteceram de matéria-prima para evitar riscos nos estoques, o que retardou o processo. Agora tudo está atrasado.
As aquisições internacionais foram adiadas, e os produtos estão correndo riscos de não chegarem às lavouras no prazo necessário para o plantio da soja e do milho. Em São Francisco do Sul, há um navio aguardando para atracar no Porto há mais de 20 dias. Esse risco sempre existiu, razão pela qual é necessária uma aquisição planejada. No Porto, ainda há um agravante, pois os navios de fertilizantes só têm preferência de atracação após 15 dias de espera. Antes disso, os outros produtos têm preferência de atracação, o que resulta em maior atraso nas entregas dos fertilizantes.
Embora exista uma regulamentação que dê preferência aos fertilizantes no Porto, quando os navios de outras mercadorias já estiverem atracados, eles precisam ser concluídos antes da atracação dos fertilizantes, e são cargas mais demoradas. Para piorar a situação, a chuva também não permite a descarga. O adiamento das descargas tem sido frequente, o que coloca em risco a chegada dos fertilizantes às lavouras no momento necessário para o plantio.
O próximo navio a atracar no Porto de São Francisco do Sul foi adiado para esta terça-feira, 02, se o tempo permitir e não houver outro adiamento. A previsão inicial era para o dia 20 de setembro. A Fecoagro está com aquisições de matérias-primas de 34 mil toneladas para atracar no Porto de São Francisco do Sul. Enquanto isso, as cooperativas e seus associados aguardam o recebimento dos produtos adquiridos com atraso.
Fonte Fecoagro
