Início de ano pessimista para o setor agropecuário

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

O conceito de que o setor agropecuário tem sido o salvador da Pátria em épocas de crise econômica no Brasil, parece não ter sensibilizado os novos governantes, embora tenha que ser reconhecido que esses ainda sofrem consequências de pacotes de maldades adotadas nos últimos dias dos governantes anteriores. As expectativas positivas aguardadas pelo setor com a nova filosofia dos governos eleitos podem comprometer o conceito se não forem adotadas medidas para corrigir falhas detectadas no primeiro mês de mandato.

Em nível federal, não há muito a reclamar por enquanto, pois a nomeação de uma Ministra da Agricultura identificada com o setor; a integração em um único ministério de diversas áreas de interesse da agropecuária que estavam espalhadas em outros órgãos, e a intenção de preservar, mas priorizar agropecuário tem sido o salvador da Pátria em épocas de crise econômica no Brasil, parece não ter sensibilizado os novos governantes, embora tenha que ser reconhecido que esses ainda também a produção, foram pontos positivos anunciados e que começam a ser praticados. Em SC a expectativa não é a mesma. As entidades representativas dos agricultores não foram consideradas na composição do novo governo. A preocupação em implantar um governo técnico, optou para que pessoas não ligadas com o agricultor assumissem os principais órgãos da agropecuária, embora se reconheça a importância também de outras entidades consideradas no contexto estadual. As cooperativas e os sindicatos rurais ficaram de fora nas nomeações, embora tivesse havido recomendações de nomes já comprovadamente capacitados para ocupar os cargos.

É evidente que se trata de opção pessoal do governador e não pode ser contestada, porém, precisamos lembrar que as pequenas propriedades rurais em SC são eficientes por haver união através do cooperativismo e do sindicalismo que sempre trabalharam em parceria e sintonia com os governantes, sem viés partidário, e com intuito de colaborar e tornar viável as pequenas propriedades rurais que predominam em SC.

Também precisamos reconhecer que o setor agropecuário e cooperativista continua perdendo espaço pela falta de coesão e união de esforços. Já tivemos o exemplo nas eleições onde perdemos representantes importantes no Legislativo, e agora na indicação de nomes para a agricultura também houve divisão nas indicações e isso é prejudicial.

Além da ausência de participação dos agricultores nos órgãos do setor, no final ano, ainda no governo anterior se tomou medidas altamente prejudiciais ao setor. O cancelamento dos incentivos fiscais antes existentes em diversos produtos da agricultura, sem dúvida irá afetar os custos de produção e no final o custo de vida da população. É verdade que o governo precisa buscar arrecadação para manter sua máquina funcionando, mas atingir exatamente aqueles que mais precisam e que mais oferecem Ainda há tempo de revisão das medidas, haja vista que a maioria começa a valer a partir de abril, mas pela posição de secretários que controlam esse setor, não parece haver disposição para mudanças.  O governo do Estado prometeu rever caso a caso, a fim de identificar quem efetivamente contribui com a economia e o desenvolvimento do Estado ao obter incentivos fiscais.  Espera-se que haja reflexão sobre as eventuais falhas verificadas até aqui, que haja humildade dos governantes em voltar atrás e revejam suas posições, para o bem do agronegócio e do Estado de SC.

As cooperativas e os sindicatos também são favoráveis na redução da máquina pública, que haja menos interferência politica partidária nas decisões, mas não podemos esquecer que o governo é uma instituição política e que precisa ouvir todas as partes antes de tomar decisões, sob pena de fracassar no caminho. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro  

                    

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