Lançado em Chapecó projeto em defesa da construção de ferrovias na região Oeste

O Grupo ND lançou nesta semana, em Chapecó, o projeto “Oeste nos Trilhos”. O objetivo é levantar a bandeira da urgência de investimentos em ferrovias na região, considerada uma solução para as principais dificuldades de escoamento e importação dos produtos do agronegócio, que afetam diretamente a economia catarinense. O encontro contou com a presença de entidades representativas do agronegócio e setor cooperativo, incluindo os presidentes da Aurora Coop, Neivor Canton, e Romeu Bet da Cooperalfa, além de lideranças empresariais e políticas do Oeste catarinense. Um caderno especial do jornal Notícias do Dia foi publicado, contendo reportagens sobre o tema.  

O material revela os desafios atuais dos produtores que dependem da importação de grãos para a alimentação de bovinos, aves e suínos e que sofrem os efeitos da precariedade da rota viária catarinense. O caderno também apresenta os projetos em andamento para a expansão da malha ferroviária catarinense em nível federal e estadual, além de possíveis soluções para que ocorram esses investimentos. O projeto “Oeste nos Trilhos” tem formato multimídia e envolve todas as plataformas do Grupo ND: televisão, portal de notícias na internet, jornal impresso e emissoras de rádio. O assunto terá o envolvimento editorial da empresa nos próximos meses, com uma série de ações para esclarecer a sociedade catarinense sobre a ameaça ao agronegócio pela falta de ferrovias para dar vazão à necessidade crescente de insumos para as empresas produtoras. 

O presidente da Aurora Coop, Neivor Canton, presente no lançamento do Projeto do grupo ND, falou da importância das iniciativas. 

 

Nos últimos dez anos, os hectares dedicados ao plantio e colheita do milho em Santa Catarina encolheram em 25%. O grão é a principal fonte de alimentação de aves e suínos – produções que representam recordes de exportação para o Estado. A queda no plantio do milho mostra a necessidade de importação. Atualmente, Santa Catarina consome cerca de 5 milhões de toneladas a mais do que produz. No entanto, os custos para trazer o grão de outros Estados e do exterior em uma infraestrutura limitada têm aumentado e causado prejuízos aos produtores – e, consequentemente, a toda a economia catarinense. 

Duas ferrovias em diferentes fases de projeto aparecem como as principais alternativas para Santa Catarina. A maior delas é a Nova Ferroeste, iniciativa do governo do Paraná que visa ampliar a malha ferroviária com um corredor que se inicia no Mato Grosso do Sul e corta o Oeste catarinense, passando por 66 municípios nos três Estados. Ela tende a viabilizar não só o transporte de carga entre os Estados do Centro-Sul brasileiro, como também facilitar a importação e exportação através da conexão com Foz do Iguaçu, na fronteira com a Argentina.  

O projeto da Nova Ferroeste se encontra em fase final de licenciamento ambiental. Após obter todas as licenças, o governo do Paraná pretende leiloar a ferrovia na Bolsa de Valores do Brasil. Já a outra obra é a chamada Ferrovia do Frango, idealizada pelo governo do Estado de Santa Catarina. Trata-se de uma rota que fará a ligação do Oeste do Estado com os portos catarinenses. Com mais de 600 quilômetros de extensão, a ferrovia visa conectar o Extremo-Oeste com o Litoral para exportação das aves e suínos. A proposta é ligar Chapecó a Correia Pinto, interligando com a Malha Sul a partir de uma nova bifurcação. A primeira etapa do projeto, que deve ligar Chapecó a Correia Pinto, terá 319 quilômetros de extensão, e o Projeto Básico foi apresentado aos representantes da CRCC (China Railway Construction Corporation) em setembro deste ano. Além deste trecho, outro caminho foi apresentado e está em análise, ligando Araquari a Navegantes, com extensão de 60 quilômetros. 

Fonte: ND/Fecoagro 

Foto: Michel Kuntze 

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