O agro em alerta

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

Embora muitas pessoas não concordem, não podemos ficar omissos nesse assunto. Precisamos falar sobre política. Muito mais em época de eleições, como o momento atual. Quer queiramos, quer não, a política é determinante nas nossas vidas. Até mesmo para aqueles que dizem que não gostam de política; entendem que os políticos são todos iguais; e que só pensam neles e nos seus protegidos. Se isso é verdade, uma razão a mais para participarmos e lutarmos para que haja mudanças nesses vícios. Em um país democrático, prevalece a decisão da maioria, portanto, temos que nos juntar para provocar as mudanças e fazer valer nossas teses, que devem ser sempre de interesse coletivo e não apenas pessoal ou individual. Quem se omite, acaba avalizando o que os outros decidem. Nesse sentido, o agro está em alerta.

Existe uma determinada ala da política brasileira que está atacando abertamente o agro. Declarou guerra contra o setor, demonstrando uma falta de conhecimento da realidade e ausência de sensibilidade, jamais imaginável. Atacar um setor que está segurando a economia do país; a balança de pagamentos das exportações; e principalmente a segurança alimentar aqui e lá fora, é efetivamente uma demonstração de desespero partidário. Precisamos reagir. E estamos fazendo isso.

A começar pela gigantesca concentração de líderes sindicais do agro, promovida pela CNA na semana passada em Brasília. O presidente da entidade, João Martins, foi direto: “precisamos renovar esse Congresso Nacional subserviente a um Poder Judiciário com tendências ideológicas, que tem envergonhado o país nas suas decisões. Não podemos deixar voltar ao Poder políticos comprovadamente desonestos e incompetentes”, disse o presidente da CNA, na abertura do evento que reuniu mais de 3.500 líderes de todos os cantos do país. Foi aplaudido efusivamente, e elogiado inclusive pela imprensa independente.

Em SC, reservadas as proporções, o agro também está em alerta. As principais entidades do setor se reuniram na semana passada e já definiram: vão trabalhar para eleger parlamentares que conhecem e defendem o setor. Também não serão omissas em denunciar ao eleitorado, candidatos que agem contra o agro, ou que só se apresentam como defensores, em épocas de eleições. O cooperativismo e o agronegócio catarinense vão fazer coro ao que aconteceu em Brasília na CNA.

Defender o agro é o mínimo que um político decente deveria fazer. Não ficar criticando e prejudicando, querendo tributá-lo ainda mais, inviabilizando a sua continuidade. O agro está em alerta nessas eleições, e os candidatos que quiserem o apoio do setor, terão que firmar compromisso oficial, para depois podermos cobrar suas ações e decisões e, se for o caso, denunciá-las à opinião pública. A hora é agora. Caso contrário, não adianta chorar o leite derramado. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC.

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