O ano já começou, a fila precisa andar!

Existe um conceito popular no Brasil, que o ano produtivo em nosso país, só começa depois do carnaval. Evidentemente que isso é atribuído ao período de festas de final do ano anterior, e as férias que muitas pessoas gozam em janeiro e fevereiro. No serviço público, há uma relativa paralisação, pois o regulamento orçamentário também limita muitas operações, e pouco se produz nessa época do ano.

Quando ocorre troca de governos, como neste ano, a paralisação é ainda maior, pois os novos governantes precisam se ajustar a realidade de cada setor, e quando ocorre mudança de filosofia partidária ou ideológica, a situação se complica ainda mais. Em qualquer esfera de governo, ou seja, estadual ou federal, os novos ocupantes de cargos públicos precisam conhecer com profundidade a situação de cada setor,  quando não, começam a acontecer a caça às bruxas, isto é, quem entra, quer achar os defeitos dos que saem, para atribuir isso a “herança maldita”, como costumam dizer. Pena que seja assim. O ideal seria que após as férias regulares, todos voltassem a trabalhar sem solução de continuidade, quer no serviço público, quer nas atividades privadas.

Nesse ano em especial, devido a radicalização das partes, nas eleições, ocorreram  outras consequências desagradáveis, que tendem a retardar ainda mais o processo produtivo e vida normal de quem precisa trabalhar. O episódio ocorrido no início do ano em Brasília deve ser repudiado por todos, e até agora não se ouviu ninguém dizer que aprovaram as barbaridades que ocorreram nas dependências dos três Poderes da República  na capital federal. Baderna, quebradeira, arruaças, não devem ser aceitas por ninguém. Protestar sobre alguma coisa, em um país democrático é válido e até necessário para fortalecer a democracia, mas depredar o patrimônio público, e as instituições, não deve fazer parte das atitudes de qualquer pessoa de bem.

Por outro lado, há que se reconhecer  também, que mesmo não sendo aceito o que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro, as autoridades constituídas não podem agravar ainda mais a situação, generalizando acusações, sem avaliação dos reais culpados. Não se pode admitir que todos que estavam nos protestos tinham intenção de depredar. Logicamente que em um contingente expressivo de pessoas, sempre existirão os radicais, que provocam confusões, e isso já ocorreu em outros governos. Não medem as consequências e acabam envolvendo aqueles que não agem da mesma forma. Mas cabe as autoridades  tentar apaziguar a situação e não inflamar ainda mais, com atitudes revanchistas, pois outras pessoas podem se revoltar.

A acusação que foi  atribuída ao agro quem provocou o episódio, foi uma das atitudes que poderia ter sido evitada. Houve generalização nas acusações, e revoltou quem não fez isso e quem faz parte do agro. Portanto, cabe aos líderes políticos e institucionais, identificar os infratores e puni-los na forma da lei,  mas não generalizar um setor que pode não ter concordado com os métodos utilizados nas eleições, mas que está longe de querer depredações. O fato está consumado e todos precisam aceitar a nova realidade política do país. Ficar atentos para cobrar as promessas, e voltar a produzir. Precisamos  trabalhar e não apenas ficar lamentando e acusando uns aos outros, porque a fila precisa andar, para podermos sobreviver. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC.

 

Leave a Comment

Pular para o conteúdo