O cooperativismo sintonizado com os novos tempos

O cooperativismo catarinense continua sintonizado com os novos tempos. Quem não é o maior, tem que procurar ser o melhor e acompanhar os novos tempos. O Fórum dos Presidentes de Cooperativas, promovido pela OCESC-Sescoop de SC e realizado recentemente na Grande Florianópolis, foi mais um passo rumo à adequação das nossas cooperativas aos tempos atuais, no mercado e no ecossistema mundial. A convocação dos dirigentes das cooperativas de todos os ramos para se reunirem e receberem informações atualizadas dos principais temas do momento, além de estimular a integração e a intercooperação de relacionamentos, também oportunizou ouvir palestras sobre a agenda do ESG, requisito cada vez mais exigido nas relações comerciais e sociais no planeta, buscando a sustentabilidade. Talvez poucas pessoas, especialmente gestores de empresas e cooperativas, tenham parado em seu dia a dia para avaliar a importância dessas três letras, cujos objetivos precisam ser praticados por todas as empresas, em qualquer parte do mundo. O Fórum foi uma oportunidade ímpar para que os dirigentes das nossas cooperativas se aprofundassem sobre o tema. Pena que das mais de 250 cooperativas existentes em nosso estado, apenas 88 enviaram representantes ao encontro que foi totalmente patrocinado pelo Sescoop.

O ESG atinge diretamente aquilo que o mundo empresarial precisa se conscientizar, liderar e praticar para continuar com seu espaço no planeta. Falar da necessidade da preocupação com o meio ambiente parece inócuo nos dias atuais. Preservar o meio ambiente em todos os seus aspectos é garantir a continuidade das empresas, da sociedade e, por consequência, do ser humano, da geração atual e do futuro. Mas, como disse o palestrante Marcus Nakagawa, cada um de nós tem que ter a preocupação de adotar medidas, por menores que possam parecer, para preservar nosso meio ambiente. Essa preocupação está cravada na primeira letra do ESG. O nosso agricultor, com certeza, tem feito sua parte, pois sabe da importância da fauna, da flora, da terra e das águas para garantir a sua atividade no campo. O que precisa é que nos meios urbanos e no setor empresarial também se tenha essa consciência. 

A segunda letra desse programa está bem afinada com os princípios do cooperativismo. Fazer o social já está na essência das cooperativas, não apenas para seu quadro social, mas também para a comunidade em que estão inseridas. Talvez falte um pouco mais de sistematização e uniformização de procedimentos através de um plano diretor do cooperativismo na área social, mas de uma forma ou outra, todas as cooperativas têm tido a preocupação com o social. Portanto, elas já têm um bom caminho andado nesse quesito para atender ao que preconiza o ESG. 

Governança é a terceira letra da sigla. Também podemos dizer que nossas cooperativas já estão avançando. Com o advento do Sescoop, criado por Medida Provisória em 1999, houve avanço notável na gestão das cooperativas. Elas têm tido oportunidade de formação e treinamento de seus dirigentes e demais colaboradores, aperfeiçoando significativamente os gestores, com governança profissional, responsável e transparente.

Evidentemente que a governança não é padrão em todas as cooperativas, pela diversidade de atividades e porte, mas todas têm a oportunidade de aprimorar a sua governança oferecendo resultados aos seus associados e desenvolvimento da comunidade. São bem mais raros os casos de insucesso nas cooperativas por falta de governança adequada. Nas palestras proferidas por estudiosos do assunto, têm sido frequentes os elogios ao sistema cooperativo pela prática do preconizado pela adoção de sustentabilidade no planeta.

Na palestra proferida por Nakagawa, no Fórum dos Presidentes, foram ditas algumas frases que devem ser refletidas por todos nós. “O ESG é ter cuidado com o planeta, preservar a dignidade humana e buscar a prosperidade. Para isso, não precisa ser um ecochato, nem ser um biodesagradável, nem social-boring, ou o xarope do social”. Esse tema do ESG vai cada vez mais estar presente no mundo atual e no futuro, e cabe aos gestores das empresas, cooperativas, autoridades e políticos incluir em suas agendas como uma providência permanente. Com ações nesse sentido, vamos evitar que o planeta não seja destruído pelo próprio homem. É uma responsabilidade de todos nós. Cada um tem que fazer sua parte. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro 

 

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