Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro
Na semana que passou o Sistema Cooperativista pôde comemorar mais uma vitória do setor em SC. As festividades do cinquentenário de fundação da Coopercentral Aurora Alimentos mostraram à sociedade rural e urbana o quão importante é a união das pessoas em torno de uma causa de interesse comum. A cooperação sempre foi um caminho para que atingir o sucesso, e o exemplo da Aurora é a prova concreta dessa união. Considerado hoje um dos grupos mais importantes do agronegócio brasileiro e presença internacional, a Aurora é o símbolo dos bons resultados de uma atividade em que pequenos podem obter grande sucesso e conquistar grandes mercados através da união.
Com um faturamento global superior a R$ 9 bilhões, a Aurora hoje é respeitada não apenas pelos resultados econômicos que proporciona às cooperativas filiadas e, por consequência, aos agricultores associados, mas também pelos projetos sociais que desenvolve nas comunidades em que está inserida. É o exemplo de união que deveria ser seguido por todos os setores organizados na sociedade, onde se promove a inclusão social e se distribui renda, e assim manter a paz social nas comunidades.
Não nos cansamos de afirmar que somente com a união de esforços é que atingiremos resultados positivos para todos. Embora o exemplo da Aurora seja positivo, ainda temos muitos a avançar nesse País em termos de integração. Se todos os canais de negócios pensassem mais no coletivo, certamente teríamos outros resultados vantajosos para todas as comunidades.
A Fecoagro tem feito sua parte em praticar e estimular a integração e a intercooperação, isto é, canalizar negócios o máximo possível entre as cooperativas, e uni-las para buscar resultados comuns, quer no operacional, quer no institucional, evitando a concorrência ou disputa de liderança ou ate egoísmo e vaidades pessoais de alguns líderes. Ainda falta a compressão de todos que unidos somos mais fortes. Ainda existem pessoas no cooperativismo que cultua o individualismo. Quer por questões econômicas, quer por egoísmo pessoal.
Na politica já conhecemos os resultados negativos pela falta de união do setor em eleições de nossos representantes. A divisão levou a elegermos quase nada de representação política. Mesmo aqueles parlamentares que se apresentam como representantes do sistema reconhecem que se dependessem só das ações das cooperativas e do agronegócio, estariam fora dos cargos em que foram eleitos.
Na esfera representativa institucional ainda temos líderes que preferem agir isoladamente ao invés da união com outras entidades do setor. São frequentes a demonstrações de individualismo nas reivindicações, perdendo força nos pleitos por não haver ação concentrada. Ações individuais são típicas das pessoas que não têm segurança de permanência nos órgãos que representam com medo de perder posições, isto é, têm medo de sombras. Preocupam-se com miudezas, com projeções pessoais, embora estejam nos órgãos representando o coletivo. Ainda precisamos superar esse comportamento no cooperativismo e no agronegócio. O consolo que resta é que essas pessoas, por falta de alicerce nas bases, tende a perder espaço ao natural e mais dias menos dias, ficarão de fora do Sistema. O tempo tem provado isso. Pense nisso.
Fonte: Fecoagro