Ocesc já tem nova direção; Vanir Zanatta foi eleito presidente

Cerca de 150 cooperativas de todos os ramos atuantes em Santa Catarina participaram, nesta semana, da assembleia geral ordinária da Ocesc – Organização das Cooperativas do Estado de SC. Além da aprovação das contas do exercício de 2023 e da previsão orçamentária para 2024, a assembleia também elegeu o novo conselho de administração da entidade para o período de 2024 a 2028.

Após superar um princípio de movimento de oposição na eleição, acabou havendo um consenso, encontrando uma terceira via, com um candidato único à presidência que não estava na disputa, mas que se dispôs a colocar o nome à disposição, em nome da coesão e união do sistema. Vanir Zanatta, atual presidente da Cooperativa de Jacinto Machado e vice-presidente da Fecoagro, foi eleito presidente, somando-se aos outros sete vice-presidentes que representam os principais ramos do cooperativismo catarinense.

Além de Zanatta na presidência, o ramo agropecuário conta com mais dois representantes como vice-presidentes: Romeo Bet, da Cooperalfa, e Vanduir Martini, da Copérdia. Já o ramo crédito conta com dois vice-presidentes. Rui Schneider da Silva, do Sicoob, e Uwe Stortz do sistema Ailos. O ramo infraestrutura indicou Patrique Alencar Homem; saúde, indicou Luiz Antônio Deca, e o ramo consumo, indicou Hercílio Schmidtt da Cooper de Blumenau. 

Zanatta assumiu prometendo prestigiar mais os vice-presidentes, conclamando ao comprometimento e maior participação deles nas decisões da Ocesc. Defendeu agilizar ações que estão sendo reivindicadas pelas cooperativas e pretende propor um planejamento estratégico para definições de prioridades na Organização. Quanto ao conselho do Sescoop SC, que também precisa ser renovado, Zanatta vai ouvir os conselheiros da Ocesc, já que a indicação do Sescoop não é por assembleia geral e sim pelo conselho da Organização.  

Na primeira reunião do novo conselho da Ocesc, que deve acontecer ainda neste mês de maio, deverão ser definidos os novos conselheiros do Sescoop. O conselho fiscal da Ocesc só acontecerá em 2025. Veja o discurso completo de Zanatta, proferido ao tomar posse durante a Assembleia realizada em Florianópolis. 

 “Senhores e senhoras cooperativistas: 

Quero nessas minhas primeiras palavras, na condição de presidente eleito desta Organização, que sejam de agradecimentos a todos aqueles que se empenharam, para atribuir à minha experiência de 30 anos de dirigente de cooperativas, ao mais importante cargo do nosso sistema no Estado.  

Não estava nos meus planos essa função, mas o fruto do desprendimento, e da necessidade da prática dos nossos princípios de união e conciliação e de propósitos comuns, fui guindado a esse Posto que preciso honrar com dedicação, trabalho em conjunto, honestidade, transparência e ações coletivas no que for possível, para melhorar ainda mais o nosso cooperativismo, que já tem sido considerado modelo de integração, em nível nacional. 

Tenho absoluta certeza que não estarei sozinho. Esse grupo de líderes que foram eleitos comigo, serão o suporte para o êxito da nossa administração. Pretendo valorizar nossos colegas vice-presidentes, dar voz e vez a eles como legítimos representantes dos ramos. Pretendo sempre tomar decisões estratégicas em conjunto, valorizando a liderança de todos os segmentos do nosso cooperativismo, fazendo valer a representatividade dos vice-presidentes.  

Eles têm na missão aprovar ou reprovar atitudes do presidente e dos executivos da organização. Estarão presentes em eventos que representam seus segmentos, e na ausência do presidente, serão os legítimos representantes da Organização.   

É voz corrente nas nossas bases cooperativistas que precisamos mostrar nossa força, nossa importância, nossa representatividade no sistema econômico e social de nosso estado. Temos a responsabilidades de assim fazer. 

Pretendemos iniciar um planejamento estratégico na Organização, ajustando com o programa SC+Coop, em princípio vamos discutir as prioridades com os nossos conselheiros, e na sequência ouvir as nossas cooperativas em todos os segmentos, para incluir em nossos propósitos, as reais necessidades das nossas filiadas.  

Precisamos reconhecer a importância econômica das nossas cooperativas, sem perder de vista nossa responsabilidade social, a final somos diferentes, não somos uma sociedade de capital. Temos que entender, que para fazer o social, precisamos ter o econômico sadio, forte, razão pela qual ambos precisam andar juntos, se complementarem. 

Temos exemplos invejados de projetos e ações em todos os nossos ramos, e eles precisam ser ressaltados e valorizados, de acordo com sua importância na comunidade em que atuam. Não pretendemos ser apenas o gestor dos recursos do Sescoop, mas sim propositores de programas e projetos que vão ao encontro dos objetivos e interesse das cooperativas.  

Temos uma equipe de profissional qualificada, dedicada, tecnicamente competente, com autonomia técnica, e hierarquicamente afinada com os dirigentes que representam a base das nossas cooperativas.  

Propostas serão sempre bem-vindas, de cima para baixo ou de baixo para cima, mas as decisões serão tomadas de acordo com a hierarquia da Organização. 

O desafio está posto, as regras vamos ajustar, os caminhos vamos encontrar, para que o sistema Ocesc/Sescoop continue desenvolvendo seu trabalho. Sendo protagonista, pensando a longo prazo.  

Quando a gente está fora do jogo, somos os melhores técnicos e achamos solução para todas as jogadas. Porém, agora estamos dentro do jogo, e penso que posso falar em nome do novo conselho ora eleito, daremos o melhor de nós, para sair desse jogo com muitas vitórias. 

Conversamos com muitos de vocês, que estão aqui hoje, em mais de uma vez. E levantaram muitas sugestões, para Ocesc. E todas dentro de uma sequência, passarão pela decisão do grupo agora eleito.  

Precisamos reavaliar nosso Estatuto Social; nosso regimento interno; criar conselhos consultivos por ramo; implementar o conselho de ética; ativar o CECOOP; dinamizar nossa representação sindical, para melhor atender nossas filiadas. 

O fortalecimento da FRENCOOP/SC; o apoio aos nossos parlamentares da Frencoop Nacional; acompanhar de perto os pleitos junto ao executivo estadual nas pautas e demandas relevantes do sistema cooperativo catarinense. 

Para os próximos pleitos eleitorais da nossa política desacreditada, precisamos debater, como, quem, de que forma agiremos para eleger mais representantes do Sistema. Não teremos preferencias partidárias, mais sim de projetos e programas que interessam nosso setor. Não praticaremos atos de discriminação de candidatos, nem tão pouco preferenciaremos nomes em bastidores dos candidatos, nem indicações a cargos por tendências ideológicas ou proximidade pessoal. Sempre seremos transparentes e respeitaremos a legislação em vigor.  

Levaremos nossas demandas e dores de SC para o sistema OCB em Brasília, para sermos ouvidos e considerados na proporção da nossa importância nacional. 

Temos que prestigiar encontros dos jovens e Mulheres cooperativistas; Fórum de dirigentes e outros programas que certamente advirão após a realização do planejamento estratégico.  

Vamos procurar estar presentes nas ações e eventos das cooperativas quando convidados, com o presidente ou vice-presidentes disponíveis para tal. 

Vamos estimular a sucessão rural nas propriedades e nas cooperativas. Não vamos desperdiçar a experiência; a vivencia e sabedorias dos que tem mais idade, mas temos que buscar sucessores mais jovens comprometidos com as gestões, a fim de assegurar a continuidade e o progresso das nossas cooperativas e instituições.  

Na intercooperação já somos exemplo em SC, mas ainda tem muito a avançar. A internacionalização de nossas cooperativas, de nosso trabalho, de nossas marcas, porque não perseguir? 

Até quando os ramos de Crédito, do Agro, da Saúde e outros vão crescer somente dentro do Brasil? Por mais 10 anos? O mercado internacional é amplo e precisa ser buscado, trabalhado, desenvolvido. 

Por fim destacar: chegamos aqui com um acordo de lideranças; prática comum e normal no sistema democrático. Não há conchavos, há negociações transparentes. As arestas foram aparadas; os pretendentes ao cargo abdicaram das suas pretensões em nome da União, da coalização, do bem comum. Foi mais um gesto de renúncia a eventuais interesses próprios ou holofotes midiáticos; ou a pretensões individuais, setoriais ou regionais. Foi um exemplo de humildade e reconhecimento em nome de proposito maior: o bem do cooperativismo.  

Agora conclamamos a todos para que unamos forças. E pratiquemos o slogan que traduz o verdadeiro espírito do Cooperativismo: “Juntos Somos mais fortes”. Muito Obrigado! ” 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Sistema Ocesc/Fecoagro

Leave a Comment