Os destaques do cooperativismo brasileiro

O Prêmio Somos Coop – Excelência em gestão nas cooperativas, promovido pelo Sistema OCB, cuja solenidade de premiação aconteceu em Brasília na semana passada, foi mais uma comprovação de que o sistema cooperativo brasileiro está avançando a passos largos na sua gestão. O destaque que 58 cooperativas de diversos estados e ramos tiverem em classificação com troféus bronze, prata e ouro, nos quatro níveis de gestão, culminaram com o reconhecimento de que o profissionalismo nas cooperativas está no caminho certo.

Já em edições do Prêmio que é concedido a cada dois anos, diversas cooperativas avançaram de níveis. Das de 310 cooperativas inscritas nas categorias que compreende no regulamento, seis foram de SC. No nível Primeiros Passos – Bronze, teve Comarca de Florianópolis, do ramo crédito, nesse mesmo nível com prêmio Prata, tivemos a Unicred Valor Capital, também de Florianópolis. No nível Compromisso com a Excelência – Conquistou Bronze a Unicred Centro-Sul, no Prata: Colégio CEM, de Concordia e a FECOAGRO, Santa Catarina. Já no nível Excelência em Gestão– na categoria prata, foi premiada a Viacredi, de Blumenau.

São muitos os questionamentos que fazem parte das avaliações para que as cooperativas sejam premiadas. São mais de 70 questões que são respondidas pelas cooperativas inscritas, executadas por auditores especialistas em gestão que são designados pela FNQ -Fundação Nacional da Qualidade para avaliar e comprovar as respostas. É bem, verdade que dependendo do ramo e da diversificação de negócios das cooperativas, e considerando a conjuntura nacional ou intencional dos produtos que fazem parte das atividades de cada setor, pode ser mais difícil atender todos os requisitos avaliados.  Um deles por exemplo, com peso importante na avaliação dos auditores é o resultado nas cooperativas. Isso quer dizer, a cada ano precisa comprovar avanço nos resultados finais, para não perder pontos. Quando a cooperativa está num ramo ou atividade que o mercado ficou desfavorável nos dois anos de avaliação, certamente elas ficam prejudicadas na classificação. Mas isso faz parte da regra do jogo.  

Por exemplo as cooperativas de crédito, que geralmente aumentam seus resultados a cada ano, devido a sua atividade financeira, ficam com maior facilidade de somar pontuação. Talvez seja por essa razão que a grande maioria das cooperativas mais bem pontuadas e premiadas, foram as de crédito, que já são regulamentadas pelo Banco Central, portanto, a gestão é mais padronizada, além dos resultados econômicos apurados. Ao contrário pode acontecer no ramo agropecuário, que nos últimos dois anos os resultados foram sofridos, quando não, negativos. De qualquer forma, a iniciativa da OCB é positiva, haja vista que não é apenas o prêmio que merece atenção, mais sim o aperfeiçoamento gerencial que a proposta proporciona nos demais itens avaliados. Com certeza contribuem na gestão em todas as cooperativas premiadas; quer seja no bronze, prata ou ouro. O que talvez precise ser melhorado é a divulgação desse prêmio. Como disse o presidente da OCB na ocasião, o ideal seria que todas as mais de 5 mil cooperativas brasileiras participassem dessa promoção e não apenas as 310 deste ano. E dentro da proposta de divulgação, em nome da transparência que o sistema cooperativo preconiza, que houvesse menos rigidez na permissão da divulgação dos resultados.

A equipe de comunicação da Fecoagro que foi a Brasília para mostrar ao país em seus meios de comunicação o resultado do prêmio, foi praticamente impedida pela assessoria de comunicação da OCB, de fazer a cobertura jornalística de fatos que já eram de domínio público, e que inexplicavelmente estava sendo evitado divulgar. Essas pequenas coisas que podem comprometer toda uma proposta que merece os melhores elogios em nível nacional. Mais uma vez temos que citar a frase do velho guerreiro: “Quem não se comunica, se trumbica”. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro 

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