Pesquisadores do agro discutem Inteligência e Competitividade no Mercado

Especialistas do setor agropecuário e pesquisadores participaram de um evento que discutiu ‘Inteligência de Mercado e Competitividade do Agro’, promovido pelo Sistema CNA/Senar e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio do acordo “Juntos pelo Agro”. O encontro reuniu parlamentares, lideranças do setor produtivo, representantes do governo, especialistas e presidentes de Federações de Agricultura e Pecuária, contando com o apoio da FAO, do Cepea e da Sober. 

Na visão do presidente da Faesc-Senar, Jose Zeferino Pedrozo, a agricultura é uma atividade exposta a muitos fatores incontroláveis e imprevisíveis, como clima, mercado, câmbio, políticas públicas, crédito, etc. É uma empresa sem telhado. Nas últimas décadas, o crescente emprego de tecnologia garantiu sucessivos aumentos da produção e produtividade, reduzindo o nível de incerteza nesse aspecto. Como resultado dessas variáveis imprevisíveis, os agentes do mercado – produtores rurais, agroindústrias, consumidores – enfrentam alternadamente períodos de escassez seguidos de períodos de excesso de demanda, ora castigando quem consome, ora quem produz. 

Pedrozo destaca os exemplos marcantes das crises de abastecimento de matéria-prima, ora por escassez acentuada, ora por excesso de oferta, que se repetem de tempos em tempos. Esse é um dos fenômenos mercadológicos que podem ser estudados com modelos de previsão e prevenção de crise. Essa atividade de inteligência e planejamento agrícola seria atribuição da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, e países desenvolvidos já contam com esse serviço. 

A competitividade do setor frente ao cenário mundial, a influência das tendências de consumo e da geopolítica na produção de alimentos, e as inovações e gestão de dados que auxiliam nas tomadas de decisão foram aspectos debatidos no encontro. O produtor brasileiro não recebe subsídios do governo, precisa investir em insumos para o solo, enfrenta variações climáticas e, ainda assim, é competitivo no mercado global, graças à produtividade e sustentabilidade. Entretanto, é necessário investir em melhorias no escoamento e armazenamento. O país possui muitas vantagens em termos de área e solo, mas precisa ser mais competitivo fora da porteira. O Brasil deve continuar produzindo, ganhando economia de escala e estar preparado para as exigências do mercado externo, relata Zezo Pedrozo. Ele conclui: “Face à sua importância para a segurança alimentar global e para a segurança energética e socioambiental, o Brasil só tem a ganhar com inteligência de mercado”. 

 

Fonte: Faesc/Senar 

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