Produção de soja e milho deverá registrar queda no plantio 23/24

De acordo com o último Levantamento para a safra 2023/24, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 10 de janeiro, a soja deve apresentar uma produção de 155,3 milhões de toneladas. O resultado representa uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas. 

“No caso do milho, a produção total está estimada em 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior. A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na expectativa de rendimento das lavouras. A primeira safra do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como, elevadas precipitações nos estados do Sul, baixas pluviosidades acompanhadas pelas altas temperaturas no Centro-Oeste. Segundo o boletim da Conab, para a segunda safra do grão, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado”, detalha a Conab.  

Com este cenário atual de perdas sendo registradas neste ciclo da soja 2023/24 em várias regiões produtoras por intempéries climáticas e incertezas sobre o plantio do milho segunda safra, devido a possíveis atrasos na janela de semeadura, é possível que o cenário de repique no preço destes insumos se repita como em 2022? 

Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), diz que não acredita que o cenário visto no início de 2022 deva se repetir neste 2024. “Devemos ter talvez ganhos menores que 2023, mas mesmo assim um setor muito demandado no mercado internacional. Vemos um setor bastante ajustado entre produção e indústria, em termos econômicos e de renda”. 

Para o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), “a influência do El Nino (replantio da soja e atraso na janela de semeadura do milho) somada à menor área de semeadura do milho vai diminuir a produção. A oferta de milho deverá ser suficiente para atender à demanda interna, produção etanol e exportações, muito embora, vamos sofrer com a especulação no preço. A cotação estável do dólar (girando ao redor de R$ 5,00) deve cooperar com o planejamento da indústria e não inflacionar o custo, muito embora o setor deva acompanhar atentamente o comportamento da CAMEX frente aos pedidos de proteção da indústria de aditivos que produz localmente, ou seja, de incremento da alíquota do imposto de importação”. 

Fonte: Notícias Agrícolas/Conab/Fecoagro 

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