Santa Catarina debate controle e monitoramento da saúde animal

O mundo inteiro está em alerta devido à ocorrência de mazelas que podem colocar em risco a produção animal. Com a intenção de debater ações de controle e monitoramento de doenças como peste suína clássica, peste suína africana e febre aftosa foi realizada uma reunião na Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da FIESC, em Florianópolis, com a participação de representantes da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Cidasc, Ministério da Agricultura e iniciativa privada.

A palestra da professora titular sênior de Epidemiologia das Doenças Infecciosas da Universidade de São Paulo (USP), Masaio Mizuno Ishizuka, abriu o encontro e trouxe um panorama das principais enfermidades da suinocultura mundial, suas particularidades e riscos de contágio. “Não existe risco zero, as doenças não respeitam limites de fronteiras. Nosso trabalho é raciocinar, utilizar as experiências do passado para resolver os problemas contemporâneos. Devemos trabalhar com dados, com medidas que impeçam a entrada de doenças e medidas de contingência”, ressaltou.

A professora Masaio destacou ainda a excelência do trabalho de defesa agropecuária desenvolvido no estado, uma referência para outras unidades da Federação, segundo a própria. “Todos deveriam imitar Santa Catarina. Aqui os setores do agronegócio trabalham de forma alinhada e dividem as responsabilidades”. Entre os pontos tratados na palestra, mereceram destaque os casos de peste suína clássica no Piauí e Ceará, além da situação na Ásia com os focos de peste suína africana – doença que, segundo relatório divulgado em junho pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), já levou à eliminação de 3,4 milhões de suínos em diversos países desse continente.

Segundo o secretário Ricardo de Gouvêa, a união de esforços entre o governo do estado, governo federal, produtores rurais e iniciativa privada é a chave para manutenção desse patrimônio. “Não se faz defesa agropecuária sozinho. Devemos somar esforços e trabalhar juntos para que Santa Catarina continue sendo uma referência no cuidado com a saúde animal e sanidade vegetal. Estamos atentos e mobilizados para evitar a entrada de qualquer doença em nossos rebanhos e lavouras, preservando também a saúde dos nossos produtores rurais e consumidores. Além da economia de todo o estado, já que o agronegócio responde por 30% do PIB catarinense”, destacou.

Na oportunidade, a diretora técnica da Cidasc, Priscila Maciel, e os representantes Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Felipe da Costa Porto e Marcio Pinto Ferreira, apresentaram os planos de contingência de Santa Catarina e do país.

Saúde animal em Santa Catarina

Santa Catarina é o único estado do Brasil reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e, junto com o Rio Grande do Sul, é zona livre de peste suína clássica. O status sanitário diferenciado é um dos fatores que faz do estado um gigante do agronegócio, com acesso aos mercados mais exigentes do mundo, como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.

“A sanidade animal é uma riqueza e tem grande valor para Santa Catarina. Não podemos medir esforços para preservar essa condição e manter o protagonismo no agronegócio brasileiro”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do estado de Santa Catarina, Mario Cezar de Aguiar.

Manutenção do status sanitário

A Cidasc mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam entrada e saída de animais e produtos agropecuários. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.

Já que é proibido o uso de vacina contra febre aftosa em todo o território catarinense, não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina, é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.

O governo catarinense mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa no estado. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas e estudos sorológicos nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

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